ALTERNATIVA

Advogado de autor do pedido de impeachment dorme durante leitura

Lídia Prata
Publicado em 05/06/2019 às 07:10Atualizado em 17/12/2022 às 21:21
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Gê Alves – redatora interina

Foto/divulgação

Balé político. Um Plenário bastante vazio foi o que se viu na manhã de ontem na Câmara de Uberaba. Num sincronismo - que só pode ter sido estratégico – um a um de onze vereadores, puxados pelo presidente Ismar Vicente dos Santos Marão, foi deixando o Plenário a caminho da cozinha. O último foi Fernando Mendes que deu uma escorregada no relógio, mas a tempo de bater o ponto e acertar o passo. Sim! Todos ao café! Nesta coreografia, o secretário da Mesa, vereador Samuel Pereira, cumpria o protocolo. Leu para uma galeria singela as muitas folhas do que se seria um terceiro pedido de impeachment ao prefeito de Uberaba. Nem o advogado que acompanhava o autor do pedido, resistiu... e, aparentemente, dormiu (foto). Dois vereadores, nesta cena toda, coadjuvaram: Edcarlo ‘Kaká’ Carneiro e Thiago Mariscal.

Meia-volta volver! A movimentação normal foi retomada quando era iniciada a leitura do parecer jurídico por parte do Procurador da Casa, Diógenes Alves de Sene. O café terminou e o advogado do autor acordou. Como esperado, o pedido levou bomba técnica com parecer pelo arquivamento baseado na ‘improcedência da denúncia’. Por maioria absoluta, os vereadores acataram a orientação do Jurídico e o pedido de impeachment foi rejeitado.

Pela culatra. Se haverá a quarta tentativa de impugnar o mandato do prefeito pelo mesmo autor que se mostra incansável, procrastinado a isto, não se sabe. Mas que ele vai ter analisada pelo Legislativo sua gestão à frente da secretaria executiva da Amvale, isto é certo. Os vereadores aprovaram requerimento solicitando a prestação de contas da entidade a partir do exercício 2016. Querem uma auditoria lá. Seria uma revanche? Seria uma forma de mostrar que quem com ferro fere, com ferro será ferido? Ou será que os vereadores se lembraram por acaso da Amvale? Afinal, não me lembro de pedido recente semelhante.

Complicou! A prevalecer a forma que representante da Santa Casa de Misericórdia de Sacramento adotou para tentar buscar médicos, parece que está difícil encontrar profissionais no mercado ou que queiram lá atuar. Por aplicativo de mensagens instantâneas ele apelou: “Infelizmente dois médicos que tava dando prantão deu dengue. Es num tão vindo pro prantão. Então nós tamo numa dificuldade danada pra arrumar médico... então tá ficando compricado!.” (sic)

Medicina. Não é filha, mas enteada do general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, a menina que passa a residir em Araguari no próximo semestre, onde cursará Medicina na Imepac. A moça de 17 anos, que reside com os avós maternos no Rio de Janeiro, foi aprovada no vestibular e semana passada esteve na cidade para efetivar a matrícula. Inclusive já estariam alugados apartamentos - para ela e para sua segurança, que é obrigatória. A nova universitária já morou em Araguari, onde o pai (que não é o Mourão) comandou o quartel do Exército. Isto, aliado à nota máxima da Medicina da Imepac no MEC e a instalação do maior centro de simulação de medicina da América Latina que trouxe à região professores de Harvard, certamente pesaram na decisão da família.

Perfil. Aliás, falando na mãe, Paula Mourão, ela me parece representar bem mais a mulher brasileira que as mais recentes ‘damas’ do poder central. Nada de apenas recatada e do lar ou sombra do marido, mas bem desenrolada, natural, independente, trabalhadora e dona de personalidade forte. O que me deixou bastante intrigada dia destes ao ver TV, foi Mourão dizer que ela não é a segunda dama, mas a última. É que me lembrei do ditado de que os últimos serão os primeiros...

Quem diria! Enquanto muitos achavam (alguns até torciam) que ele não ia dar conta do recado ou defendiam que não podia chefiar a Pasta por não ser engenheiro ou arquiteto, o ex-secretário de Governo, Toninho Oliveira, assumiu o setor de Obras e Serviços Urbanos, encarou o desafio, suportou os ti-ti-tis e provou que o importante é ser gestor e ter equipe técnica competente. Além de remodelar – sem custos, só com ajustes -, o espaço físico para abrigar a Pasta integrada, reforçou a equipe de engenheiros, paritariamente entre profissionais do sexo masculino e feminino.

Estranhíssimo. O IFTM - Uberaba em 28 de maio informa de maneira ampla a suspensão por tempo indeterminado dos processos seletivos de cursos técnicos e de especialização já para este segundo semestre. E justifica a medida como fruto do contingenciamento das verbas pelo MEC. Dias depois tem mobilização, bem menos densa que anteriores, contra a postura do MEC. Até aí, tudo bem. O que me chama a atenção é que em sete dias da primeira nota vem outra anunciando a retomada dos processos seletivos justificada por “novo e detalhado estudo da situação decorrente do contingenciamento” e “série de ajustes”. É ruim, mas entendível, cortes ante a redução de investimentos. O que não dá para entender é porque não fez “estudo detalhado da situação decorrente do contingenciamento” e “série de ajustes” antes de soltar uma nota e causar alvoroço na comunidade acadêmica e sociedade em geral. No mínimo, nada razoável, didático ou pedagógico, né!?

Gostei demais. Vídeo produzido em Uberaba sobre a importância da adoção garantiu milhões (é isto mesmo) de visualizações na Internet. De comunicação clara, emocionante e atraente, a peça foi criada pela Solis Comunicação e produzida pela Foco Produtora para o cliente Câmara Municipal. Quem ainda não viu, tem que ver! Digna de premiação!

Alerta! Falando em comunicação, eu me lembro do grande velho guerreiro Chacrinha e seu eternizado bordão de que “quem não se comunica, se trumbica’. Ao alto, peço permissão para diante da minha pequenez complementar: “quem não comunica se trumbica e quem comunica mal, se trumbica mais ainda”. Uma informação mal transmitida pode impactar negativamente toda a cadeia a que se refere (pública, institucional, privada). Lembro-me bem de belo exemplo disto, em 2014 quando o greenpeace perdeu milhões de euros. A falha e a perda tiveram como causa o fato de funcionário ter extrapolado sua função” e tomado iniciativa sem a aprovação da diretoria. E não comunicou aos superiores porque tinha entendido que estava apto a tomar essa iniciativa após não ter feedback.

Eu volto amanhã!

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