Agora é oficial: a Mosaic é de Uberaba, por inteiro. Aí está a assinatura do documento oficializando a implantação do CSC aqui, em duas etapas
Vitória de Uberaba
A Mosaic é nossa, ninguém tasca, vimos primeiro e lutamos com unhas e dentes para não perder o Centro de Excelência da empresa. Vitória de Uberaba, vitória da união das forças políticas e econômicas locais, vitória principalmente do trabalho bem feito e inteligente liderado pelo prefeito Paulo Piau e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, José Renato Gomes. É preciso tirar o chapéu para a verdadeira operação de guerra montada para não deixar a Mosaic escapar. O resultado alcançado foi mesmo “de virada”. Na manhã dessa quarta-feira o prefeito anunciou oficialmente a decisão da Mosaic para os mesmos representantes da comunidade que acompanharam e participaram das várias etapas de tratativas para convencimento da cúpula da multinacional de fertilizantes para colocar em Uberaba o centro de excelência, chamado de Centro de Soluções Compartilhadas.
Força da união
Em meados de abril, a Mosaic comunicou por escrito aos seus colaboradores que o centro de excelência seria implantado em Uberlândia. A migração começaria no segundo semestre deste ano, conforme nota do vice-presidente da empresa, Rick McLellan. Bastou a informação ser divulgada pelo Jornal da Manhã na edição do dia 19 de abril para a comunidade em peso reagir com indignação. Mas, foi a ação rápida do prefeito Paulo Piau que realmente pesou para a mudança de rumos que a história tomou a partir dali. Piau convocou lideranças empresariais para um “fecha” daqueles nos representantes da Mosaic, que não imaginavam uma reação com aquelas proporções. Começou ali a grande virada dessa história, numa ação conjunta que evidenciou a força da união de Uberaba.
Alma lavada
Foram dezenas de reuniões aqui e em São Paulo, entre os executivos da Mosaic e lideranças de Uberaba, nessa guerra para deixar aqui o centro de excelência. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico foi testada ao extremo, em especial seu comandante, José Renato Gomes. Acompanhei de perto as idas e vindas das negociações e as tarefas (para não dizer exigências) quase inexequíveis que a Mosaic passava para serem resolvidas. Qualquer movimento em falso poderia colocar tudo a perder. Até o sigilo das várias etapas desse processo teve ser garantido por todos nós, da imprensa. Uberaba falou mais alto. Entre um furo jornalístico no meio do caminho e a expectativa de um futuro melhor para nossa cidade, optamos pela segunda. Valeu a pena.
Gratidão
Esse episódio da Mosaic deixa muitas lições para nós, uberabenses. A principal delas: valorizar a força da união, independente das preferências pessoais ou opções partidárias. Outra: a gratidão. Prefeito Paulo Piau foi extremamente feliz ao ressaltar ambas ontem, quando reuniu os mesmos líderes comunitários para agradecer e atribuir o resultado da Mosaic ao trabalho em conjunto. Ficou claro que a disputa política pela “paternidade da criança” está totalmente fora de moda.
Marco
Assinatura do acordo entre Uberaba e a Mosaic ocorreu na segunda-feira, em São Paulo. Um dia histórico, um novo marco. Agora não tem mais volta. Teremos aqui o CSC, com cerca de 300 empregos de alto nível, que consequentemente vão trazer mais consumidores para nosso comércio e nossos serviços, gerando mais renda e desenvolvimento.
Casa emprestada
Num primeiro momento o CSC da Mosaic será instalado no Ceta, do Codau, no Parque das Barrigudas, Univerdecidade. Vai ficar lá por três anos, ou pelo tempo que for necessário – garante o presidente Luiz Guaritá Neto. No entanto, há expectativa que a Mosaic construa sua unidade própria, possivelmente numa área de 17 mil metros quadrados naquela região.
Cereja do bolo
Durante o anúncio oficial da opção definitiva da Mosaic por Uberaba o prefeito revelou que “a cereja do bolo” foi um item que seria irrelevante para muitas outras empresas, mas não para a multinacional. Trata-se do projeto “Uberaba +20”, que nada mais é que do que um planejamento para o futuro do município nas próximas duas décadas. Segundo Piau, os executivos da Mosaic ficaram encantados com o fato de “Uberaba pensar para frente”.
“País bobo”
“Nunca vi um país tão bobo como o Brasil”, desabafou Piau, ao comentar a política (ou falta dela) para o setor de fertilizantes. Lembrou que hoje o país importa 80% dos fertilizantes usados na agricultura, correndo risco sério de ver o agronegócio travado num colapso de fornecimento pelos fabricantes internacionais. O governo isenta de impostos o produto externo, em vez de incentivar a produção interna que, ao contrário, sofre com essa concorrência predatória. “Produzir fertilizantes no Brasil é um mau negócio, porque concorre com o produto importado que chega aqui cheio de regalias”, ressaltou o prefeito.
Aleluia
Começou terça-feira e já deve terminar na próxima semana a obra de abertura da via marginal à avenida Santana Borges. Essa marginal estava empacada, atrasando a conclusão do projeto viário de apoio ao BRT na região sudoeste. Por incrível que pareça, a Cemig retirou ontem o tal poste que estava travando a abertura da via. Agora a conclusão do serviço só depende da Prefeitura.
