Quatro dias em chamas
Laticínio desativado da Copervale, na BR-262, foi o alvo de ontem dos incendiários em Uberaba. Foi o quarto dia de ataques dos bandidos à nossa cidade. No caso específico do imóvel abandonado da falida cooperativa dos produtores de leite há certas particularidades que colocam em dúvida se o incêndio foi de fato mais uma obra do bando que incendiou ônibus esta semana, ou se decorreu do oportunismo de descontentes com a demora na solução da pendência judicial envolvendo a Copervale... Nenhuma hipótese pode ser descartada nesse momento.
Justiça morosa
Num episódio até hoje mal explicado, a Copervale foi alvo de uma estabanada operação da Polícia Federal batizada de Ouro Branco, para investigar denúncias de adulteração do leite integral. Na época foram presas 27 pessoas, inclusive diretores e o então presidente da cooperativa. A partir desse fato, a Copervale entrou em declínio até que, em 2013, entrou com pedido de recuperação judicial em 2013, convertido posteriormente em falência. Para pagamento do passivo da cooperativa, o prédio da BR-262 seria levado a leilão, mas ainda sequer havia sido marcado. Se antes estava abandonado e já não levantaria um valor expressivo, agora então, consumido pelas chamas, valerá muito menos. Além disso, boa parte dos equipamentos foi furtada. Uma pena. Se o Judiciário brasileiro não fosse tão moroso, certamente teria leiloado o imóvel há muito tempo, quitando pelo menos uma parte dos débitos.
Vai piorar
Servidores da segurança pública, entre eles bombeiros, policiais militares e civis e agentes penitenciários, invadiram o Palácio da Liberdade na tarde dessa quarta-feira para protestar contra os sucessivos atrasos do governo Pimentel na liberação do pagamento dos salários. Os servidores da área de segurança querem voltar a receber no 5º dia útil de cada mês, o que não tem ocorrido há meses em Minas Gerais. Pois é. Se o Estado já vem sendo alvo de ataques criminosos, imagine se os policiais cruzarem os braços...
Peneira contra o sol
É impressionante a miopia do governo estadual. Em entrevista à imprensa esta semana, o governador Pimentel atribuiu a onda de ataques incendiários em Minas ao endurecimento do jogo contra criminosos no Estado. Como assim? Fechar presídios por medida de contenção de despesa não se enquadra propriamente como jogo duro contra a bandidagem. Transferir apenados para cumprir pena em outros municípios até poderia ser uma forma de endurecimento do jogo, mas os resultados vistos pelo menos em Uberaba foram de mortes dos transferidos em circunstâncias muito suspeitas. Além disso, que tipo de investimento o Estado fez até agora para bloquear celulares nas penitenciárias mineiras? Nem mesmo pagar em dia os salários dos policiais o governo paga...
Propaganda enganosa
A 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais negou, nessa quarta-feira, recurso do governo Pimentel contra decisão liminar, em ação popular movida pelos deputados do bloco de oposição na ALMG, que suspendeu a publicidade oficial sobre o pagamento do piso nacional para os professores. Pimentel tentou derrubar a liminar com um agravo ao TJMG, que foi negado. A propaganda suspensa, veiculada em horário nobre de TV e rádio, exaltava o chamado acordo histórico com a educação e o pagamento do piso nacional para os professores, promessa não cumprida por Pimentel.
Ficha limpa
Merece apoio o Projeto de Lei Complementar nº 02/2018, apresentado esta semana pelo vereador Rubério Santos. Objetivo é estabelecer uma espécie de “ficha limpa” na escolha de nomes para batizar ruas, praças, avenidas, etc. Ou seja, para emprestar seu nome, o cidadão não pode ter condenação judicial de jeito nenhum. Nem condenação pessoal, nem de empresa que tenha comandado. “Não há intenção de penalizar mais a pessoa condenada, mas impedir que sejam homenageados cidadãos que não sejam bons exemplos para a sociedade”, ressalta Rubério. Com pedido de vista aprovado pelo plenário, o projeto deverá retornar em 10 dias.
Extensão necessária
O mesmo entendimento que norteia o projeto da “ficha limpa” para logradouros públicos poderia inspirar outros relacionados à concessão de homenagens diversas pelo Legislativo municipal, assim como títulos de cidadania. A falta de critérios claros para definição dos homenageados já produziu bizarrices no passado. Sem contar concessão de títulos de cidadania a quem jamais pisou em Uberaba, muito menos se interessou em vir receber a homenagem.
Terceira idade
A segunda edição do “Se Liga na Terceira Idade” acontece amanhã, a partir de 19h, no Cine Teatro Vera Cruz, em Uberaba. A iniciativa, da pedagoga Belmira Silva Neta em parceria com o vereador Kaká Carneiro, objetiva divulgar as atividades desenvolvidas por pessoas que estão na “melhor idade”. Entre as atrações destacam-se apresentações musicais, dança, catira, etc. A entrada é simbólica: apenas um quilo de alimento não-perecível que será doado à Associação Lar de Idoso Inês Maria de Jesus.
De volta
Ao que tudo indica, o radialista Tony Carlos deve voltar à Assembleia Legislativa de Minas em breve. Jornal O Tempo, de BH, publicou na edição dessa quarta-feira que o deputado estadual e líder do governo na ALMG, Durval Ângelo, será indicado pelo governador Fernando Pimentel para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, ocupando a vaga aberta pelo falecimento da conselheira Adriene Andrade, recentemente. Confirmando-se a indicação, a cadeira de Durval Ângelo será ocupada pelo primeiro suplente da coligação PT/PMDB, no caso, Tony Carlos.
