ALTERNATIVA

Cenário político local tem poucas surpresas de última hora

Lídia Prata
Publicado em 10/04/2018 às 08:10Atualizado em 16/12/2022 às 04:53
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Advogada Ticiara Arruda é o nome do PDT/Uberaba para disputa de cadeira na Assembleia Legislativa de Minas. Na foto, Ticiara aparece ao lado de Sirlei Soalheiro, uma das mandachuvas do partido em Minas    

Troca-troca de oportunidade

Terminado o prazo legal para filiações e mudanças de partido, o cenário político local mostrou poucas surpresas de última hora. Talvez a mais ruidosa tenha sido a filiação do vice-prefeito João Gilberto Ripposati no PTB, de olho na eleição para a Assembleia Legislativa. Que Ripposati nutre esse sonho de eleger-se deputado estadual ninguém ignorava. Mas trocar o PSD, de Marcos Montes, pelo PTB, de J.Jr, foi realmente surpreendente. Primeiro, porque MM cacifou o nome de Ripposati nas negociações que levaram à composição da chapa majoritária de Paulo Piau, na campanha à reeleição. Segundo, porque Ripposati praticamente deixou o PSD falando sozinho, à última hora. Terceiro, porque passou a imagem de individualismo, contra o espírito de grupo que norteia as ações políticas. Todos esses ingredientes num caldeirão eleitoral poderão queimar o futuro político de Ripposati, irremediavelmente. Para muitos, a mudança de partido soou como ingratidão, oportunismo e até suicídio político.

Mais fácil

Nas entrevistas do vice-prefeito justificando sua opção pela troca partidária ficou evidente que pesou muito a matemática eleitoral na sua decisão de filiar-se ao PTB. Ocorre que a coligação do PSD deve ser uma das mais fortes na eleição em Minas, exigindo uma soma acima de 65 mil votos para um candidato se eleger. Por outro lado, não haveria chance para Ripposati formar uma eventual dobradinha com Marcos Montes este ano, já que o parlamentar tem deixado claro o seu compromisso com a pré-candidatura a estadual do radialista Tony Carlos, que é o nome abraçado pelo grupo político que está no poder em Uberaba.

Plano B

Mas essa leitura sobre o grito de independência de Ripposati não é unânime. “Analistas de oposição” ao governo Paulo Piau chegam a apostar que Ripposati seria o “Plano B” do grupo. O raciocínio é o seguinte: o grupo teria “pesquisas” em mãos, sinalizando a impossibilidade de eleição de Tony Carlos pelo MDB. E o PTB seria um bom “guarda-chuva”, pois o partido também é afinado com o grupo que comanda a política local. Será???

É o cara – Rei morto, rei posto. Sai Ripposati, entra Marcos Jammal, cuja ficha de filiação no PSD foi assinada sem alarde. Por isso, não será surpresa se Jammal vier a ser lançado candidato a deputado federal, caso Marcos Montes seja confirmado vice na chapa de Anastasia ao governo de Minas.

Mulheres – Se o PR confirmou o nome de Denise Max como pré-candidata a deputada estadual em dobradinha com Aelton Freitas, o PDT optou por um nome feminino novo na política local. Trata-se da advogada Ticiara Arruda, referendada pela executiva estadual do partido para dobradinha com o federal Mário Heringer, atual presidente estadual da sigla.

Outro ninho

Ex-prefeito Anderson Adauto, esposa Angela Mairink e a enteada Isabela filiaram-se ao PRB, presidido em Minas pelo deputado federal Gilberto Abramo. Segundo AA, eles não pensam em candidaturas este ano. Mas Anderson cogita entrar no páreo nas eleições municipais de 2020, quando estaria com suas pendências judiciais equacionadas.

Opções

Sobre as eleições 2018, Anderson Adauto diz que trabalhará no campo de apoio ao ex-presidente Lula ou ao candidato que ele vier a indicar, dentro de um projeto nacional. Na mesma lógica apoiará o candidato do grupo ao governo estadual. Acrescenta que o país não pode eleger um candidato fraco e inexperiente, sem um projeto nacional. “Tem que ser alguém preparado”.

Causando

Não bastasse toda aquela encenação de Lula e seus seguidores antes da entrega oficial à Polícia Federal, essa prisão continua rendendo as mais disparatadas notícias desde sábado à noite. A última delas (se é que se pode falar em “última” quando se trata de manobra dos lulistas) foi o anúncio feito pela presidente do PT, senadora Gleise Hoffman, que iria se juntar à banca de advogados que defendem o ex-presidente, para visitar Lula na prisão quando quisesse. Conversou borracha, como de costume.

Dura lex

O blog “O Antagonista” matou a pau ao mostrar que Gleise está licenciada da OAB e teria de reativar seu registro para poder atuar como advogada no caso do triplex. Mas a estratégia dela foi por água abaix O artigo 30, do Estatuto da Advocacia, proíbe a membro do Poder Legislativo advogar contra empresa pública – a Petrobras é assistente de acusação do MPF no caso do triplex. Gleise teria de renunciar ao mandato de senadora e perder o foro privilegiado... Dançou!

Faxina definitiva

Agora que o “impensável” se confirmou com a prisão de Lula, é bom que os demais políticos brasileiros coloquem as barbas de molho e prestem bastante atenção aos seus atos e ações. Se o STF não “aprontar” na sessão de amanhã, poderemos ter esperança em novos tempos para o país, com a lei valendo para todos, sem exceção para os poderosos. 

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