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Covid-19 e a importância da estimulação em casa

Ana Carolina Quirino de Souza
Publicado em 30/05/2020 às 07:38Atualizado em 18/12/2022 às 06:43
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É, não está fácil. De uma hora para outra nossa rotina se modifica! Iniciamos o distanciamento social, estamos todos em casa, trabalhando em home office, mudamos a nossa maneira de nos relacionar com outras pessoas, aumentamos os cuidados com a higiene, iniciamos o uso de máscaras e, assim, vamos nos adaptando ao novo.

E as nossas crianças? Elas estão conseguindo se adaptar a tantas mudanças? De um dia para o outro não vão mais para a escola, acabaram as aulas de natação, balé, judô, não veem os colegas diariamente e o brincar se modifica. Nossas crianças estão em casa, as aulas são online, a interação acontece de forma virtual. E agora, como ajudar nossas crianças diante de tantas mudanças?

É necessário ter uma conversa com as crianças, alertar sobre o que está acontecendo no mundo, mostrar como se prevenir contra o inimigo invisível e explicar que logo a rotina voltará ao normal.

O primeiro passo poderá ser a estruturação de uma rotina junto com a criança, selecionar as principais atividades do dia a dia da criança, observando momentos de dever e lazer.

Podem fazer parte da rotina o acordar, o dormir, o almoçar, o jantar, horário das aulas online e tarefas escolares, as sessões de terapia, hora do banho, escovar os dentes, o uso de eletrônicos, momentos de brincadeiras e diversão. Uma boa dica é utilizar a rotina com uma dica visual, criando quadros com dias da semana e em cada espaço escrever o que deverá ser realizado naquele horário ou utilizar figuras que representam a atividade selecionada.

Antecipar o que virá depois reduz a ansiedade e auxilia na motivação da criança para que ela conclua a atividade que está sendo realizada e inicie a próxima atividade.

Para crianças que já realizavam acompanhamento com profissionais da saúde, durante o distanciamento social será preciso adaptar as terapias para o formato online (teleatendimento). O teleatendimento deverá ser proposto pelo profissional que acompanha o caso, levando em consideração diversos fatores do planejamento terapêutico. A adesão ao teleatendimento será opção da família, podendo aceitar ou não. A família deverá levar em consideração a importância do acompanhamento profissional para que as crianças continuem se desenvolvendo.

Uma sugestão é reservar horários específicos para as atividades de estimulação, propostas para serem realizadas em casa. Tais atividades servirão como complemento do teleatendimento e irão auxiliar no contínuo desenvolvimento das crianças. O profissional responsável pelo caso irá estruturar atividades para estimular habilidades específicas e necessárias para o desenvolvimento da criança.

A família é importante durante o processo de intervenção com as crianças. O período de distanciamento social poderá ser visto com um ponto positivo, unindo a família e as terapias. O brincar é um momento rico para estimulação e prazeroso para as crianças e adultos.

Ana Carolina Quirino de Souza

Fonoaudióloga (CRFa 6-9176) e integra a equipe multiprofissional da Clínica InterAgir, com sede em Uberaba

 

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