Caixa pede ao FGTS R$ 10 bilhões para reforço de capital

 A fim de evitar a redução do volume total de financiamentos, a Caixa Econômica Federal precisa, com urgência, elevar o capital próprio. A medida é uma tentativa de reduzir o risco de sua carteira de crédito e se enquadrar nas novas regras do setor financeiro, já em vigor no ano que vem. Nesse sentido, a instituição decidiu recorrer ao Conselho Curador do FGTS, já que não pode contar com aportes do Tesouro Nacional, pedindo empréstimo de R$ 10 bilhões, sem prazo de pagamento e na categoria de dívida subordinada. Na prática, isso significa que, em caso de falência, o FGTS seria o último a receber. Outra possibilidade para a Caixa seria vender ativos de risco para o BNDES.

A proposta apresentada ao Conselho Curador nesta semana inclui o compromisso por parte da Caixa a pagar anualmente ao Fundo somente os juros, calculados com base na Selic (hoje em 8,25% ao ano), mais 1,20%. O pedido depende de análise jurídica e deverá ser apresentado aos conselheiros no início de dezembro.

 Vale a menção de que esta é a primeira vez que a Caixa recorre ao FGTS para fechar uma operação sem prazo para quitação. Contudo, a instituição já recorreu ao Conselho em 2005 e mais recentemente também, em 2016, mas ambas as operações tinham prazo de vencimento de 30 anos, que é também a duração dos contratos habitacionais com recursos do Fundo dos trabalhadores. A dívida da CEF com o FGTS é de R$ 260 bilhões atualmente e a ideia é que parte desse valor possa ser convertida em capital. Porém, além da aprovação dos conselheiros é preciso também do aval do Banco Central para que a operação se concretize.

 Outra frente analisa a venda de R$ 10 bilhões da carteira de crédito com risco mais elevado ao BNDES, numa espécie de limpeza do balanço. Isso porque o banco de fomento está em situação mais confortável em relação à Caixa. A operação foi sugerida pelo Ministério da Fazenda e ainda está sendo analisada.