O câncer bucal, o sexto mais comum no mundo, representa um grande problema de saúde pública. Quando não diagnosticado e tratado precocemente apresenta alta morbidade e mortalidade. Ele é representado em 90% pelo carcinoma epidermoide (ou espinocelular) e os outros 10% por neoplasias mesenquimais e de glândulas salivares. O problema acomete principalmente o sexo masculino e idade superior aos 40 anos, também podendo afetar pacientes mais jovens.
De acordo com o cirurgião bucomaxilofacial, Bruno Chagas, sua causa é multifatorial, onde múltiplos agentes ou fatores etiológicos atuam conjuntamente na carcinogênese bucal. “Os fatores de risco associados ao aparecimento do câncer bucal incluem agentes extrínsecos como fumo, álcool e radiação ultravioleta; e intrínsecos como estados sistêmicos ou generalizados, como desnutrição geral. Alguns alimentos são considerados como agentes protetores, como tomate, cenoura, alface e alimentos que contenham betacaroteno em geral. Lesões bucais, com mais de duas semanas, precisam ser levadas a sério, pois pode não ser uma simples afta”, alerta.
A prevenção deve envolver o diagnóstico precoce, podendo ocorrer por meio de campanhas de rastreamento, autoexame bucal e controle dos fatores de risco associados ao surgimento e desenvolvimento de câncer bucal. “O autoexame deve ser realizado por todas as pessoas independentemente da idade, já que as neoplasias malignas ou benignas podem acometer qualquer idade. O exame é rápido e fácil de ser realizado e auxilia na detecção de qualquer alteração bucal, seja ela patológica ou não”, reforça Chagas.
O tratamento do câncer bucal é baseado no tamanho da lesão, nas condições de saúde do paciente e na classificação TNM. A terapêutica a ser implantada é usualmente excisão cirúrgica, radioterapia e quimioterapia, que podem ser utilizadas concomitantes e/ou associadas. A abordagem cirúrgica inclui a remoção de todo o tecido maligno e normal adjacente. “O tratamento dentário prévio às diversas terapias instituídas visa minimizar os efeitos secundários advindos das mesmas”, finaliza Bruno Chagas.