Pesquisa da Organização Mundial de Saúde alerta que a automedicação e a prescrição desnecessária têm sido verificadas em vários países, entre eles o Brasil
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Frederico Zago afirma que o uso excessivo desses medicamentos pode tornar as bactérias mais resistentes
Os antibióticos são drogas usadas no combate a infecções causadas por bactérias. A definição é do infectologista e clínico geral Frederico Zago, que alerta para o uso indiscriminado do medicamento. Recentemente, o assunto foi tema de pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo mostrou a mesma situação preocupante em diversos países, incluindo o Brasil, da automedicação e da prescrição desnecessária.
Segundo o infectologista, o uso em excesso pode tornar as bactérias mais resistentes aos antibióticos. “Quando isso ocorre, precisamos de drogas de maior espectro ou, popularmente falando, de drogas mais fortes”, explica. Ele pontua que a velocidade em que são descobertas novas drogas é muito inferior à do aparecimento de bactérias multirresistentes.
Frederico Zago destaca que a utilização excessiva desse tipo de medicamento também é uma realidade em Uberaba e em qualquer lugar do mundo. O especialista aponta que a chance de óbito aumenta consideravelmente quando o paciente apresenta o quadro de infecção multirresistente, se comparado com uma infecção comum. “Ou seja, a resistência bacteriana aumenta a morbidade resultante de uma infecção”, afirma o infectologista.
Para comprar antibióticos nas farmácias brasileiras é necessário apresentar a receita médica, conforme medida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em outubro de 2010. Com a medida, Frederico Zago considera ter caído o número de pessoas que realizam a automedicação. “Mas ainda é preciso fiscalização e conscientização tanto das farmácias quanto dos pacientes e médicos”, completa.