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Fiocruz cria aplicativo para pesquisar doenças e monitorar animais silvestres

Especialistas recebem dados diretamente das populações

Publicado em 24/04/2017 às 11:14Atualizado em 16/12/2022 às 13:48
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 Foto/Bernardo Portela

A Fiocruz quer aumentar os meios de monitoramento das informações para ampliar a base de dados utilizados nas pesquisas

 Em tempo de uso crescente da tecnologia para soluções de problemas da sociedade, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conta com a população para ajudar no combate de doenças no Brasil e na coleta de informações por meio do uso de um aplicativo gratuito e disponível no Google Play.

 A bióloga Márcia Chame, que está à frente de um projeto de biodiversidade da Fiocruz, informou que, para ampliar a base de dados utilizados nas pesquisas, é preciso aumentar os meios de monitoramento das informações. Com o aplicativo, os especialistas recebem os dados regionais diretamente das populações.

 “Acreditamos que a sociedade é parte do processo. Por isso, desde 2005 começamos a desenvolver um aplicativo em que qualquer pessoa no país pode nos ajudar no monitoramento de animais silvestres. Não só macacos, mas carnívoros, roedores e todo tipo de animais”, disse.

 O aplicativo permite receber uma série de registros, inclusive fotos. “Ele funciona offline, de modo que no meio do campo há um georreferenciamento. As pessoas podem checar seus dados no mapa disponível e atrás dessas informações temos esses modelos”.

 A professora acrescentou que, embora exista a sensação de que a febre amarela é uma doença nova no Brasil, ela veio da África há muito tempo e hoje alarma a população. Assim como a febre amarela veio de fora, a movimentação atual de pessoas no mundo pode levar o vírus para diversos lugares.

 Ação dos mosquitos. O professor Ricardo Lourenço, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), revela que os mosquitos apontados como principais transmissores de febre amarela não atuam à noite.

 “Febre amarela é uma doença do dia. Mosquitos não picam à noite. São brilhosos e se orientam pelo reflexo da luz nas escamas brilhosas. São mosquitos diurnos e transmitem [a doença] durante o dia. Podem picar humanos dentro da floresta ou fora dela”.

 O professor esclareceu que normalmente somente as fêmeas transmitem a doença, mas pode ocorrer a transmissão por machos nascidos de fêmeas infectadas.

 Lourenço afirmou que equipes da Fiocruz estão fazendo controle de mosquitos com a instalação de armadilhas nas árvores de Casimiro de Abreu. O material é coletado e analisado no laboratório do IOC por uma equipe de 42 pessoas. Com as análises, é possível identificar os tipos de mosquito da região e checar ainda a quantidade de mosquitos com a distinção entre machos e fêmeas.

 Infecção. O professor André Siqueira, infectologista do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz, informou que, no caso da febre amarela, pode haver o registro de pessoas infectadas com quadro bem leve. Segundo Siqueira, a partir da infecção há o período de incubação de três a seis dias em que o vírus está no organismo, mas ainda não se manifestou. Depois tem o período de infecção em igual período quando o vírus está se replicando no organismo em grande quantidade.

 É nesse momento que surge a febre acima de 40 graus, associada às dores de cabeça, costas e tonturas. Em seguida, o paciente pode passar por um tempo de melhora entre duas a 24 horas. Após essa etapa, podem surgir complicações com as infecções no fígado, a dor no estômago que podem evoluir até a morte em algumas situações.

Fonte: Agência Brasil

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