Movimento no porto seco cai nos primeiros meses de 2015

Dados apresentados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam queda de 15,3% nas exportações brasileiras na primeira semana de março deste ano em relação ao mesmo período de 2014. Em Uberaba, a Estação Aduaneira do Interior (Eadi) divulgou a movimentação de importação e exportação referente aos meses de janeiro e fevereiro de 2015 e os números também mostram queda significativa nas importações em razão da alta do dólar.

Segundo o chefe da Seção de Controle Aduaneiro da Delegacia da Receita Federal em Uberaba, André Luis Silva Lopes, em janeiro houve US$ 65 milhões e 330 mil em importações, já as exportações ficaram em US$ 1 milhão e 105 mil. Em fevereiro, houve US$ 55 milhões e 178 mil em importações e US$ 1 milhão e 528 mil em exportações. “Acredito que foi pela alta do dólar que as importações tiveram uma queda. Até que houve um aumento nas exportações, mas como a região exporta mais commodities, como grãos e outros produtos primários, o valor agregado é mais baixo. O preço geralmente é cotado em bolsas internacionais e, mesmo com a alta do dólar e a desvalorização do real, o valor das exportações não aumenta tanto”, avalia.

Lopes destaca que as recentes altas da moeda americana prejudicaram as importações, causando a queda no volume, mas isso não deve inviabilizar a produção das indústrias. “Essas empresas que importam pelo porto seco e fazem o desembaraço em Uberaba possuem planejamento, como Mitsubish Motors, Black & Decker Brasil e Multilaser, por exemplo. Então, acredito que elas nem sentem tanto o efeito, o que também vai depender das vendas. Elas realmente vão sentir o efeito dessa baixa importação se as vendas também caírem, mas ainda é preciso esperar um pouco, porque essa nova realidade ainda é recente. Isso também se deve à crise na Europa, em que os países não encontram mais para onde exportar. A China teve uma queda no crescimento e os Estados Unidos está se recuperando agora. Então, esses países que mais importam do Brasil também não estão muito bem”, ressalta o chefe de Controle Aduaneiro.

Atualmente, o porto seco de Uberaba atende Mitsubish Motors e Suzuki Brasil, Multilaser, Advanteck, Black & Decker Brasil, Sipcam, Ouro Fino, Renovagro-Penergetic, Valmont e outras 20 empresas de menor porte, incluindo setores de vestuário, decoração e diversos produtores rurais do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, bem como do setor calçadista de Franca e de confecções de Passos.