Minas está diante da segunda maior epidemia de dengue já registrada no Estado, com mais de 421 mil casos contabilizados até junho. Segundo monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde (SES), apenas em 2016 houve mais pessoas infectadas: 519 mil.
O número de mortes já chega a 77 e é maior do que a soma dos óbitos de 2017 e 2018. O índice elevado de notificações fora do período de maior incidência – janeiro a abril – também chama a atenção. Em junho, já são 8.817 doentes. Um dado atípico para o mês que, geralmente, tem redução de casos devido à queda de temperatura.
Os municípios com registro de óbtos sã de Arcos (1), Belo Horizonte (12), Betim (12), Contagem (2), Curvelo (1), Frutal (2), Ibirité (1), Ituiutaba (1), João Monlevade (1), João Pinheiro (4), Juiz de Fora (7), Lagoa da Prata (1), Martinho Campos (1), Monte Carmelo (1), Paracatu (1), Passos (2), Patos de Minas (1), Pitangui (1), Pompéu (1), Rio Paranaíba (1), Sacramento (1), São Gonçalo do Pará (1), São Gotardo (1), Uberaba (2), Uberlândia (14), Unaí (2) e Vazante (2).
Em relação à Febre Chikungunya, Minas Gerais registrou 2.435 casos prováveis da doença em 2019. Até o momento, foi notificado um óbito em investigação para chikungunya.
Já em relação à Zika, foram registrados 1.193 casos prováveis da doença em 2019, até a data de atualização do boletim.
Presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano defende que, apesar dos fatores climáticos externos, a grande brecha em relação ao combate à dengue está no “fraco controle” do mosquito transmissor. Ele afirma que a população se habituou a agir “de forma reativa e nunca proativa”.
“Então, a tendência é que, à medida que o número de notificações comece a cair, as pessoas voltem a baixar a guarda. Isso não pode acontecer”, alerta.
Para o médico, é impossível definir a causa principal da epidemia e o foco deve ser “no cuidado doméstico para eliminação do Aedes”. Os exemplos de descuido, porém, não são poucos.