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PF quer voltar a investigar advogado de agressor de Bolsonaro

Polícia Federal pediu à AGU para recorrer da decisão que barrou a investigação sobre Zanone Manuel de Oliveira Jr, defensor de Adélio Bispo

Publicado em 19/03/2019 às 06:41Atualizado em 17/12/2022 às 19:05
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Antonio Scorza / Agência O Globo

A Polícia Federal (PF) em Belo Horizonte pediu à Advocacia-Geral da União (AGU) que recorra da decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) de suspender as investigações contra o advogado de Adélio Bispo, Zanone Manuel de Oliveira Jr. O advogado é responsável pela defesa do agressor confesso do então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), Adélio Bispo de Oliveira, durante campanha eleitoral em Juiz de Fora. 

A AGU confirma a intimação no processo, mas não se virá a se manifestar, “a depender dos subsídios do órgão interessado”. De acordo com a PF, “os materiais apreendidos com o advogado, notadamente o telefone celular, poderão revelar se realmente houve um terceiro que contratou os serviços advocatícios e qual seria o seu interesse”. 

As apurações foram suspensas no dia 28 de fevereiro pelo desembargador do TRF-1 Néviton Guedes. O pedido da PF é para que essa suspensão seja revista e a investigação continue. 

Adélio bispo foi indiciado por prática de atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto na Lei de Segurança Nacional. O primeiro inquérito da PF concluiu que o agressor agiu sozinho no momento do ataque e que a motivação “foi indubitavelmente política”. Então, um segundo inquérito foi aberto para continuar as apurações, visando comprovar “participação de terceiros ou grupos criminosos” no atentado ao político fora do local do crime. 

Em dezembro de 2018, sob justificativa de tentar identificar quem estaria financiando a defesa do autor do atentado, a Polícia Federal em Minas Gerais cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao advogado. Na ocasião, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que ação da PF em locais ligados a Zanone "viola prerrogativas da advocacia".

Facção. Vale lembrar que a Polícia Federal apura possível interesse do Primeiro Comando da Capital (PCC) no atentado em que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi vítima, em setembro do ano passado durante a campanha eleitoral. A corporação mostrou a Bolsonaro áudios atribuídos à facção criminosa, captadas pelo setor de inteligência. Eles sustentam uma das linhas de investigação de inquérito que apura se Adélio Bispo, o autor da facada, agiu a mando de alguém. Ainda, mandado de segurança concedido pelo TRF-1 suspendeu as perícias e investigações de material apreendido no escritório e em estabelecimentos comerciais do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defende Adélio Bispo de Oliveira, o autor confesso da facada no então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). A decisão impede a Polícia Federal de usar os dados extraídos do celular do advogado, que estavam sob análise dos agentes na superintendência da PF em Belo Horizonte, no segundo inquérito que investiga o caso. Caso contrário, a investigação como um todo poderá ser anulada judicialmente.  

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