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Especialista em reprodução humana, Cézar Antônio Fontes destaca as modernas técnicas existentes hoje para fertilização
Adiar a gravidez tem se tornado cada vez mais comum. Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em 2015, 30,8% dos recém-nascidos tinham mães entre 30 e 39 anos. Em 2005, eram apenas 22,5%. A explicação do médico ginecologista e obstetra da Clínica La Vie Reprodução Humana, Cézar Antônio Fontes, está nos desejos contemporâneos. “A mulher hoje busca uma condição financeira mais favorável, deseja comprar a casa própria ou completar a Pós-graduação e o Mestrado para, depois disso, se tornar mãe”.
Pós-graduado em Reprodução Humana Assistida e membro das sociedades de Reprodução Humana no Brasil e nos Estados Unidos, Cézar explica que a mulher nasce com cerca de dois milhões de células germinativas femininas ou células sexuais produzidas nos ovários, chamadas de oócitos. Aos 14 anos, esse número cai para 400 mil. Aos 35 anos, chega a 40 mil. Após esta idade, perde mil oócitos por mês. “Existem doenças que também interferem nesta reserva ovariana, como a Endometriose”.
Há exames para medir a reserva ovariana. O mais comum é a Ultrassonografia transvaginal, que deve ser feito nos primeiros dias do ciclo menstrual. Há o exame de sangue, realizado entre o primeiro e o terceiro dia da menstruação, que mensura o hormônio folículo-estimulante (FSH), o indutor natural do ovário. E o mais moderno deles é o exame de sangue que mede o hormônio antimulleriano, produzido pelos folículos antrais.
Cézar afirma que até 35 anos as mulheres devem tentar engravidar naturalmente durante um ano. Caso não consigam, devem solicitar os exames para conferir a reserva ovariana. “Mulheres com mais de 35 anos devem tentar por seis meses e, se nesse meio-tempo não engravidarem, é preciso buscar a causa. Hoje, não há motivo para sofrimento. Temos muita tecnologia, desde o congelamento precoce dos óvulos para o futuro até a Fertilização In Vitro (FIV)”, finaliza o especialista.