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Negligenciada, doença de Chagas ainda permanece sem cura

De acordo com imunologista e patologista, o parasita vive no tubo digestivo do barbeiro, que contaminava o ser humano pela picada, geralmente, na face

Publicado em 24/06/2018 às 09:49Atualizado em 17/12/2022 às 10:52
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Foto/Divulgação

Parasitária, a doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi. De acordo com o imunologista e patologista George Kemil Abdalla, o parasita vive no tubo digestivo do barbeiro, que contaminava o ser humano pela picada, geralmente, na face. Isso ocorria, segundo George, porque era comum as pessoas se cobrirem até o pescoço na hora de dormir, deixando o rosto descoberto, e o inseto se aproveitava disso para contaminar.

George Abdalla explica que, no passado, a picada era a principal forma de transmissão, principalmente no Triângulo Mineiro, mas nos dias atuais o contágio ocorre por alimentos “in natura” que estão contaminados, como a garapa e o açaí. “Deixando claro que é um produto não pasteurizado e sem controle de qualidade. Hoje, o grande consumo do açaí não apresenta risco de contaminação, até porque as empresas que comercializam passam por rigorosos testes de qualidade. Mas o consumo no local de produção é onde se vê existirem mais casos, especialmente na região amazônica”, explica. O imunologista esclarece que são raros registros de novos casos. Segundo ele, a doença de Chagas não tem cura ou tratamento para eliminar o parasita, sendo possível tratar apenas as enfermidades provocadas em decorrência da doença, como nos casos de pacientes cardiopatas ou com problemas digestivos.

Na avaliação do especialista, ao contrário do HIV, que foi alvo de diversas pesquisas científicas, bancadas por muitos portadores com boas condições financeiras, a doença de Chagas acometeu e ainda acomete uma população mais carente e humilde da América Latina, portanto, sem condições de contribuir para pesquisas. “Isso não quer dizer que a doença [HIV] seja exclusiva de ricos, pelo contrário, mas pode-se dizer que, em um primeiro momento, a indústria farmacêutica e de pesquisa tiveram um grande aporte financeiro, custeado pelos próprios portadores do vírus HIV, e hoje existem coquetéis de drogas para o tratamento”, avalia.

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