Foto/Jairo Chagas
A psicóloga Sofia Teodoro dos Santos Evangelista diz que a inveja “boa” pode motivar as pessoas
Olhar o outro com maus olhos, projetar sobre o outro um olhar malicioso, viver em ressentimento ao presenciar a felicidade, prosperidade e sucesso dos outros. Essas são algumas características que compõem a inveja. Sempre vista com uma conotação negativa, observada por outra ótica podemos considerar a “inveja construtiva”, que seria o sentimento ruim transformado em motivação, afirma a psicóloga Sofia Teodoro dos Santos Evangelista.
O invejoso possui um grande sentido crítico e admiração por algo que não é ou não tem. Ela diz que a inveja “boa” pode motivar as pessoas a saírem da sua zona de conforto. “A estratégia da modelagem é utilizada para modelar aquilo que o outro tem de melhor e trazer isso para a minha vida”, explica. Sofia Teodoro argumenta que a inveja deve ser um motivo de preocupação quando o indivíduo quer tomar o que é do outro ou destruir, por ele próprio não ter o mesmo.
Como tudo na vida, para se espelhar em outras pessoas também é preciso equilíbrio. O desejo de ter o corpo de outra pessoa, por exemplo, nem sempre pode ser positivo. “Pode ser que o meu biotipo seja completamente diferente do dela e, então, eu começo um processo de destruição pessoal, para a construção de outra pessoa em mim”, alerta. Diz que é preciso manter o equilíbrio e discernimento para saber até que ponto essa modelagem será benéfica para si mesmo.
Quem é invejado também tende a sentir certo desconforto, por conta da situação. Nesse sentido, a psicóloga pontua que é preciso entender que a inveja aponta para insegurança e insatisfação do invejoso. “Por exemplo, se eu coloquei uma coisa que é bonita, a outra pessoa gostou e se espelhou naquilo, eu preciso pensar que isso é um problema/dificuldade dele”, afirma. Sofia conclui reforçando que a maioria das pessoas quer ser individual e única, mas que é preciso aprender a administrar esse tipo de situação e se incomodar o menos possível.