Uma a cada 35 mulheres no país realiza trabalho doméstico

Trabalhar em casa de família é a realidade de uma a cada 35 mulheres no país. Entre empregadas domésticas, babás, cuidadoras e qualquer outro serviço de lar, são 5,9 milhões. O número é equivalente a 14,7% de todas as 40,2 milhões de mulheres que trabalham, ou seja, a terceira ocupação que mais emprega mão de obra feminina no país. Os dois primeiros lugares do pódio são administração pública, saúde e educação, reunindo 25,2% delas, e comércio, onde trabalham 19,2% mulheres. A considerar apenas os empregos formais, 10,5% das mulheres com carteira assinada são domésticas.

Mesmo ainda alto nos dias de hoje, há dez anos o montante era muito maior, chegando a 6,2 milhões de mulheres em 2008. Em 2012 foi quando o número começou a cair, com o aquecimento econômico, e, por conseguinte, muitas mulheres decidiram migrar para vagas oferecidas em comércio, indústria ou serviços. Então veio a crise, reduzindo postos de trabalho. Aliada a ela, em 2015, foi criada a Lei das Domésticas, que aumentou o interesse das trabalhadoras em voltar às casas de família. A Lei das Domésticas, aliás, fez a concorrência aumentar, trazendo estabilidade de carteira assinada a muitas pessoas que encontravam dificuldade em se empregar em outras áreas.

Média mundial. O Brasil tem 6,4 milhões de trabalhadores domésticos, que corresponde ao volume mais alto do mundo; a cada dez, nove são mulheres. "Elas são maioria nesse segmento, com média mundial de 80%. Mas, no Brasil, essa média é ainda maior”, destaca Anne Posthuma, especialista em emprego da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ela destaca que as trabalhadoras negras são a maioria da categoria, mas têm índice menor de carteira assinada do que as mulheres brancas. Hoje, das 5,88 milhões de domésticas, só 1,66 milhão têm carteira assinada, o que corresponde 28% das domésticas formalizadas.

*Com informações do jornal O Tempo.