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Com tantos aumentos, gás de cozinha virou artigo de luxo no Brasil, diz Associação

Para Asmig, novo aumento do GLP dá sustentação ao programa Bolsa Família

Publicado em 06/01/2018 às 14:54Atualizado em 16/12/2022 às 07:30
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 Por meio da Petrobras S,A, o Governo Federal conseguiu fazer um produto de utilidade pública um artigo de luxo, na avaliação da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmig-BR). A associação afirma que, de janeiro a dezembro de 2017, o botijão de gás de cozinha subiu na Petrobras, em média, R$ 10,54. “Considerando a média de venda Brasil, 35 milhões de botijões de até 13 kg, a Petrobras teve um aumento de sua lucratividade por mês de R$ 369.050.657,50 e, por ano, de R$ 4.428.607.890,00”, afirma a associação.

 A Asmig-BR destaca que, na véspera do verão na Europa, período onde é registrada queda nos preços internacionais do GLP, a Petrobras promete rever sua política de preço do gás de cozinha. “O GLP está no seu maior valor, um aumento histórico, e a projeção deveria ser de queda, seguindo os parâmetros internacionais. Nos preocupa qual será a nova política de preço, qual a desculpa a Petrobras utilizará para justificar não reduzir da mesma forma o preço do gás de cozinha?”, questiona a entidade.

 Outro ponto destacado pela associação é o aumento de impostos desde 2 de janeiro do ano passado, quando as companhias anunciaram novo aumento, justificado pelo aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

 “Em alguns estados esse aumento chega a R$ 0,13, como é o caso de Minas Geais, mas em outros a elevação atinge R$ 1,85, como Pernambuco. O que nos chamou a atenção foi o paralelo com o programa Bolsa família, o gás de cozinha tem como seu consumidor principal as famílias de baixa renda, o mesmo público beneficiado com este programa”, avalia a Asmig-BR.

 Segundo a associação, considerando apenas a arrecadação do ICMS, PIS/Cofins do gás de cozinha, nota-se que em grande parte dos Estados estes impostos sustentam o programa Bolsa Família, como o caso de Santa Catarina. “Ou seja, as famílias de baixa renda compram o gás de cozinha com impostos elevados, e estes impostos sustentam um programa que deveria dar melhores condições de vida às famílias”, analisa.

 Como o preço do gás de cozinha é livre, as companhias distribuidoras e revendas podem repassar valores acima do estabelecido, incluindo nesse aumento as elevações de custos, como o do frete, que sofre aumentos quase que diários com a nova política de preço de combustíveis da Petrobras.

 Aumento histórico. Em 2017 o preço do botijão de gás teve a maior alta desde o ano de 2002. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do botijão de gás em dezembro do ano passado chegou a R$66,53, representando uma elevação de 16,39% com relação ao verificado no mesmo mês de 2016, já descontando a inflação do período.

 Ao longo do ano passado, quando deu início a nova política de ajustes diários, a Petrobras promoveu 119 mudanças no preço, tanto para cima como para baixo, mas o principalmente impacto foi do aumento das alíquotas de PIS/Cofins, promovidas pelo governo Michel Temer no fim de julho.

 Fonte: Asmig-BR, com informações da Folha de São Paulo

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