GERAL

Gestora judicial desconhece a reativação da Copervale em 2018

Ela avalia que o anúncio pode estar ligado à tentativa de promover adiamento de leilão de bens marcado para novembro

Thassiana Macedo
Publicado em 20/10/2017 às 08:00Atualizado em 16/12/2022 às 09:41
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Divulgação

Na quarta-feira (18), investidores do Grupo Klar anunciaram ao governo municipal a disposição de reativar a unidade da Copervale

Administradora judicial Elizete Beatriz Seixlack afirma que o novo anúncio de que investidores pretendem reativar a unidade da Copervale em 2018 não passa de mais uma especulação, visto que novo leilão está marcado para o mês que vem. Em fevereiro deste ano, informação sobre suposta venda da Copervale para a Parmalat circulou pela cidade pouco tempo antes do primeiro leilão. Para a administradora, era uma tentativa de adiar mais uma vez o processo de liquidação de bens para quitação de dívidas.

Segundo ela, qualquer movimentação ou negociação financeira da Copervale deve ser juntada aos autos para conhecimento do juízo da Vara de Execuções Fiscais e Registros Públicos, onde tramita o processo de recuperação judicial. “Dentro dos autos da Recuperação Judicial no âmbito da Justiça, para nós, até o presente momento, trata-se apenas de especulação. Porém, o processo de Recuperação Judicial continua seu trâmite normal, sendo que o próximo leilão de bens imóveis será realizado no dia 30 de novembro. E não há, por enquanto, nenhuma quitação do passivo da empresa, ou seja, dos débitos para com os credores trabalhistas, bancos e fornecedores. Permanece inalterada a posição deles”, esclarece Elizete.

A administradora explica que a Copervale vem alegando ter créditos tributários em favor dela na Receita Federal e no Estado em torno de R$13 milhões, mas o montante real ainda está em fase de apuração. A especulação por parte dessas empresas poderia ter esse foco, pois, com a autorização para que a Copervale tenha esses créditos tributários, o governo libera a compensação através de impostos a pagar ou a venda deles para outras empresas interessadas.

Além disso, Elizete Beatriz explica que o grupo anunciado como investidor pode estar buscando condições para a reativação da Copervale visando aos créditos tributários. Porém, “devido à situação fiscal junto à Receita Estadual, eles não podem sequer ter nota fiscal, pois o talonário de notas da Copervale foi recolhido quando a empresa foi autuada e por isso ela está totalmente paralisada, não tendo nenhum tipo de comercialização, e não pode emitir nenhuma nota. [Começar a comercializar ou emitir nota] seria uma irregularidade. Para isso, a empresa precisaria de uma liberação do Estado, e ela não tem isso”, informa a administradora.

Novo leilão de bens está marcado para 30 de novembro. A dívida da Copervale, apurada extraoficialmente, chega a R$42 milhões. O novo leilão dos 25 imóveis remanescentes da primeira hasta e pertencentes à cooperativa foi marcado para o mês que vem com um percentual menor de lances mínimo. Enquanto no primeiro o limite mínimo era de 100% da avaliação, no dia 30 de novembro os interessados poderão partir de 85,5% do valor da avaliação de cada imóvel. Os bens foram avaliados em R$13 milhões, mas apenas dois imóveis foram leiloados em julho deste ano. O novo leilão também será realizado pela GP Leilões, empresa sediada há mais de 11 anos em Belo Horizonte e pertencente ao leiloeiro oficial Gustavo Costa Aguiar Oliveira. O destaque continua sendo um conjunto de imóveis comerciais com 2.751m² na avenida Leopoldino de Oliveira, esquina com praça Manoel Terra, a poucos metros do Mercado, onde há um posto de gasolina e uma casa de carnes em funcionamento, além de um supermercado desativado. O lote foi avaliado em mais de R$5 milhões.

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