GERAL

Com mandato devolvido, Aécio volta ao Senado pressionado para renunciar ao comando do PSDB

Por 44 votos a 26, os senadores reverteram as medidas cautelares que incluíam o afastamento do mandato parlamentar

Publicado em 18/10/2017 às 16:54Atualizado em 16/12/2022 às 09:44
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Após a decisão do plenário do Senado que suspendeu seu afastamento parlamentar imposto pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) comemorou o resultado da votação. Por meio de nota, o tucano afirmou que a decisão dos senadores assegura a ele a oportunidade de “comprovar cabalmente na Justiça sua inocência”. Já parlamentares da oposição, que votaram pela manutenção das medidas cautelares, criticaram a decisão do plenário.

Por 44 votos a 26, os senadores reverteram as medidas cautelares que incluíam o afastamento do mandato parlamentar, recolhimento noturno e entrega do passaporte. Para que uma decisão fosse anunciada, era necessária maioria de, no mínimo, 41 parlamentares. Dizendo receber a notícia com “serenidade”, Aécio Neves disse que a decisão o permitirá retomar ao mandato “conferido pelo voto de mais 7 milhões de mineiros”.

Contudo, Aécio não deve esperar uma recepção calorosa por parte do tucanato, que voltou a cobrar sua renúncia à presidência do partido – a qual já está afastado – logo após a votação que devolveu o mandato. A sigla está ainda mais dividida, já que alguns integrantes do PSDB estão questionando se o partido “ainda faz sentido”.

Na avaliação do governo, a vitória de Aécio dá força ao presidente Michel Temer no plenário da Câmara, onde enfrentará denúncia por obstrução de Justiça e organização criminosa após parecer proferido pela CCJ, possivelmente ainda nesta quarta-feira (18). Segundo entendimento do Planalto, a larga votação pró-Aécio mostra que a ala controlada pelo tucano na bancada ainda é forte e que o apoio do PMDB para que ele voltasse ao mandato “será retribuído”. Resta saber se, de fato, Aécio conseguirá garantir ao presidente a mesma vitória. Vale lembrar que na primeira denúncia contra Michel Temer, o deputado Ricardo Tripoli (PSDB/SP), líder tucano na Câmara e aliado do governador Geraldo Alckmin, orientou a bancada a votar contra o presidente.

Histórico. Aécio Neves foi afastado do mandato, teve o passaporte retido e o recolhimento domiciliar noturno determinado pelo STF após pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito em que o tucano foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com base nas delações premiadas da empresa J&F.

Em junho, o parlamentar foi acusado e receber R$ 2 milhões em propina do empresário Joesley Batista, dono da empresa JBS, com o qual foi gravado, em ação controlada pela Polícia Federal, em conversas suspeitas.

O dinheiro teria sido solicitado pelo próprio Aécio, cujo objetivo seria cobrir despesas com advogados. Em troca, ele teria oferecido sua influência política para a escolha de um diretor da mineradora Vale. Ele nega as acusações, afirmando que a quantia se refere a um empréstimo particular.

Sobre a denúncia de obstrução de Justiça, Janot acusou Aécio de “empreender esforços” para interferir na distribuição de inquéritos na Polícia Federal, de modo a caírem com delegados favoráveis aos investigados.

Além de negar as acusações, o senador afirma que recebeu um empréstimo pessoal de Joesley que não envolve dinheiro público. Antes da votação, ele enviou uma carta aos colegas com os principais pontos de sua defesa.

*Com informações da Agência Brasil

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