Baixa umidade relativa do ar favorece aumento de conjuntivites

Foto/Neto Talmeli

Fabiano Hueb orienta que, para não ser acometido pela doença, é preciso beber ao menos dois litros de água por dia, mas umidificador de ar e toalhas molhadas também ajudam

A incidência de alergias respiratórias e de viroses aumenta consideravelmente quando a umidade relativa do ar cai para menos de 30%, e com os olhos não é diferente. A afirmação é do oftalmologista Fabiano Hueb de Menezes, destacando que o índice de umidade ideal é de 60%, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Para Fabiano Hueb, o maior malefício da baixa umidade é a desidratação das células, “principalmente as células da pele e as da mucosa, como bucal, nasal, e a conjuntiva dos olhos, que também é uma mucosa”. O especialista destaca que as alergias e infecções virais e bacterianas são as mais frequentes, “porque as bactérias, poeiras, poluição e pelos ficam mais tempo suspensos no ar”.

Segundo o oftalmologista, com a umidade mais baixa, existem menos gotículas de água no ar e, dessa maneira, os componentes alérgicos ficam mais tempo suspensos. “Além disso, vírus, bactérias e demais componentes alérgicos se aderem mais facilmente a uma célula ressecada. Por isso, com a baixa umidade, os pacientes têm mais propensão a adquirir infecções alérgicas, bacterianas e virais, de modo geral nos olhos, nariz, garganta, entre outros”, afirma Hueb.

De acordo com informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), até o momento foram notificados 119 surtos de conjuntivite no Estado, que afetaram 156 pessoas somente neste ano de 2016.

Tratamento. Fabiano Hueb revela que os sinais da conjuntivite alérgica são pruridos (coceiras), vermelhidão no olho, sensação de pálpebra arranhada e inchaço. “Esse tipo pode durar semanas, se não for tratado, sendo que existem diversas formas de tratamento, como o uso de colírios e de medicações via oral. Vale dizer que esse tipo de conjuntivite não passa de paciente para paciente”, garante.

Por outro lado, as conjuntivites bacterianas e virais têm alto poder de contágio, conforme explica o especialista. “O tratamento desse tipo ocorre, normalmente, com o uso de colírio antibiótico, para alívio dos sintomas”, diz. Por isso, o médico esclarece a importância de se saber qual o tipo de conjuntivite para que o tratamento seja diferenciado.

Prevenção. Para não ser acometido pela doença, o oftalmologista afirma que é preciso beber ao menos dois litros de água por dia, além de realizar a hidratação das narinas com soro fisiológico. “Nos olhos, é recomendável pingar colírios lubrificantes. Como a maioria das pessoas deve saber, o uso de umidificador de ar no quarto ou de toalhas molhadas pela casa também ajudam”, reforça. (LM)

Tipos de conjuntivite:

O oftalmologista Fabiano Hueb explicou à reportagem do Jornal da Manhã que existem, basicamente, quatro formas de conjuntivite alérgica. Confira:

1) Conjuntivite sazonal: geralmente está associada à rinite ou asma;

2) Ceratoconjuntivite atópica: tem relação com alguma doença;

3) Conjuntivite primaveril ou vernal: normalmente ocorre em meninos de 5 a 15 anos de idade, sendo mais acentuada no verão;

4) Conjuntivite papilar gigante: na maioria das vezes, é associada ao uso de lente de contato.

Na avaliação do especialista, a conjuntivite primaveril ou vernal é um quadro mais grave de alergia ocular. “Nesses casos, além de afetar a conjuntiva do olho, ocorre o acometimento da córnea, o que pode prejudicar a visão do paciente. Se não for tratada adequadamente, pode ocasionar o embaçamento da visão pelo comprometimento da córnea”, completa.