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Infertilidade afeta mais de 50 milhões de pessoas, segundo a OMS

A ginecologista-obstetra Paula Árabe Lenza afirma que o primeiro passo de um casal com esse tipo de problema deve ser procurar o médico para avaliar quais são as medidas necessárias para solucioná-lo

Letícia Morais
Publicado em 11/09/2016 às 09:28Atualizado em 16/12/2022 às 17:23
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A infertilidade ainda é um problema comum para muitos casais. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) dão conta de que a infertilidade afeta de 50 a 80 milhões de pessoas, o que corresponde a quase 15% dos casais. De acordo com a ginecologista-obstetra Paula Árabe Lenza, um casal é considerado infértil quando está tendo relações sexuais frequentes e regulares no período de 12 a 18 meses, sem nenhum tipo de contracepção, mas não consegue a gestação. 

“Essa não é uma realidade distante dos uberabenses. É muito comum encontrarmos casos de infertilidade na cidade, por isso, independente de o problema ser no homem ou na mulher, o profissional deve atender esse casal como uma unidade. Ambos estão com dificuldades de gestar e devem ser investigados com exames específicos”, afirma a especialista.

Quando a infertilidade é descoberta, fica difícil dar continuidade ao desejo de ser mãe ou pai, por isso, a médica orienta que o casal busque um especialista para investigar o problema e dar início ao tratamento adequado. Paula Lenza explica que há diversos tipos de tratamento, sendo cinco deles os principais: fertilização in vitro (FIV), indução da ovulação, inseminação intrauterina, transferência intratubária de gametas e injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI).

“Em média, o custo do tratamento vai depender da técnica utilizada, podendo variar entre R$400 e R$18 mil. A reprodução assistida também pode ser realizada de forma gratuita em alguns hospitais públicos do Brasil, por meio do Sistema Unificado de Saúde (SUS), porém a demanda é muito alta. A reprodução assistida é cara por se tratar de um procedimento de alta tecnologia, com profissionais altamente treinados e com alto custo dos medicamentos”, explica. Especialista explica quais são os principais fatores da infertilidade e os tratamentos

A pedido do Jornal da Manhã, a ginecologista-obstetra Paula Árabe Lenza elencou os principais fatores que afetam negativamente a fertilidade da mulher. “Podemos destacar a idade avançada, a obesidade, a magreza excessiva (com Índice de Massa Corporal abaixo de 17), o hipotireoidismo, as doenças ginecológicas (como síndrome dos ovários policísticos, endometriose e miomas uterinos), o tabagismo, as doenças sexualmente transmissíveis, o estresse e o excesso de exercício físico”, esclarece.

No que tange aos tratamentos, Paula Lenza destaca que a fertilização in vitro remove vários óvulos por aspiração folicular e coloca-os junto aos espermatozoides do parceiro ou de doação. “A fecundação ocorre espontaneamente e apresenta 60% de chances de sucesso”, afirma. Já a indução da ovulação tem o objetivo de estimular o ovário a produzir um óvulo na época fértil. “Por isso, orienta-se que o casal tenha relações sexuais nesta época. Esse tratamento é indicado para mulheres que têm distúrbio da ovulação e nos casos de ovários policísticos”, salienta a especialista.

O casal que deseja engravidar pode optar, ainda, pela inseminação intrauterina, que consiste na injeção de espermatozoides vivos dentro do útero, assim como no método de transferência intratubária de gametas. “É feita a inserção conjunta de gametas masculinos e femininos dentro das tubas interinas”, explica.

Por fim, a especialista destaca o procedimento de injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI), uma variação da técnica de fertilização in vitro, que oferece esperança aos homens que nunca teriam a chance de ter filhos. “A técnica consiste na injeção de um espermatozoide dentro de um óvulo, por meio de micromanipulação”, completa.

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