GERAL

Dificuldade para ler pode ser causada por Síndrome de Irlen

As lâminas espectrais de diferentes cores são usadas para que portadores da Síndrome consigam processar a leitura

Thassiana Macedo
Publicado em 17/07/2016 às 11:56Atualizado em 16/12/2022 às 18:05
Compartilhar

 Reprodução

As lâminas espectrais de diferentes cores são usadas para que portadores da Síndrome consigam processar a leitura

A Síndrome de Irlen é uma alteração da percepção visual, hereditária, causada por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. Suas manifestações são mais evidentes nos períodos de maior demanda de atenção visual, como nas atividades acadêmicas e profissionais que envolvem leitura por tempo prolongado, seja com material impresso ou computador.

Segundo a analista de gestão educacional e psicopedagoga do Centro de Referência de Educação Inclusiva, Andréa Vieira das Virtudes, trata-se de uma disfunção do processamento visual. “Às vezes, a pessoa até enxerga normalmente, vai ao oftalmologista, faz vários testes e não dá nada, mas na hora de fazer uma leitura, o contraste da letra escrita no papel branco causa uma distorção visual e ela não consegue ler”, explica.

Andréa Vieira ressalta que não é um problema oftalmológico, e sim, no processamento visual. “A pessoa olha para o papel, enxerga, mas na hora de processar as imagens no sistema nervoso ocorre uma distorção. Foi o Hospital de Olhos que trouxe a pesquisa para o Brasil e estudos indicam que há índices bem altos de pessoas portadoras da síndrome. A cada seis pessoas pode ocorrer de duas a quatro delas apresentarem a distorção”, alerta.

A psicopedagoga destaca que em criança é mais difícil de perceber a disfunção e somente quando ela entra na idade escolar e inicia o processo de aprendizado da leitura que o problema se confirma a partir de depoimentos de que as letras estão se mexendo ou que estão mudando de lugar. No entanto, a especialista reforça que há muitos adultos portadores da síndrome e que desconhecem essa condição, isto porque a alteração, que é genética, pode se manifestar ao longo da vida e não apenas na infância.

Andréa Vieira informa que atualmente existem dois tipos de tratamento para a Síndrome de Irlen. “São o uso das lâminas espectrais e os óculos, só que no caso dos óculos todo o material é importado, já que a síndrome foi descoberta nos Estados Unidos pela psicóloga Helena Irlen, por isso o custo é mais alto. Neste sentido, o que mais usamos no Brasil são as lâminas que têm maior acesso e são mais fáceis de serem adquiridas. Elas são coloridas, do tamanho de uma folha A4 e são colocadas sobre o papel, sendo que para cada pessoa será necessária uma cor diferente”, pontua.

Hoje, a psicopedagoga Andréa Vieira desenvolve projeto no Centro de Referência para realizar o diagnóstico da síndrome em crianças da rede municipal, sendo que em algumas já foi detectada a distorção; elas, inclusive, já fazem uso das lâminas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por