Jairo Chagas
Leomar Ferreira no momento de sua prisão em 2009, quando do homicídio do braçal Júlio César Araújo
Jurados condenaram Leomar Cândido Ferreira, vulgo “Zói”, por homicídio simples e ele cumprirá a pena de seis anos de reclusão em regime semiaberto. Ele era acusado de matar a facadas o trabalhador braçal Júlio César Araújo da Silva, 38 anos, em 23 de maio de 2006, no bairro de Lourdes.
Segundo o defensor público Glauco de Oliveira Marciliano, o réu era acusado por homicídio qualificado, mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima e a defesa adotou a tese de negativa de autoria, por insuficiência de provas nos autos que comprovassem que ele realmente foi o autor do crime. O defensor destaca que as testemunhas que apontavam Leomar como autor do crime foram ouvidas apenas na fase policial e não repetiram os depoimentos em juízo, o que enfraqueceu a versão.
Como tese alternativa, caso a negativa de autoria não fosse aceita, o defensor Glauco de Oliveira pediu a desclassificação do crime para homicídio simples, a qual foi acatada pelos jurados resultando na condenação menor.
Segundo a denúncia, a vítima teria sido esfaqueada pelos próprios amigos que teriam feito uma “emboscada” a Júlio César no corredor que fica do lado de fora da casa em que ele morava. A esposa da vítima chegou a presenciar os segundos finais de vida de Júlio César e teria conseguido identificar um dos envolvidos quando ele ainda estava com a faca na mão.
O Ministério Público pediu a pronúncia de três homens da mesma família, considerados suspeitos de cometer o crime utilizando um pedaço de cano, um cutelo e duas facas para desferir vários golpes contra a vítima, causando-lhe a morte. No dia do crime, por motivos desconhecidos, os acusados tramaram a morte da vítima e dirigiram-se à sua residência. Eles chamaram a vítima e assim que a vítima avistou os três, começou uma discussão.
Júlio César pediu aos homens que fossem embora e, com a recusa, ele foi ao encontro deles, deixando o interior da residência. Nesse instante, a denúncia conta que os três teriam partido para cima da vítima, sendo que Leomar teria sido o autor das primeiras facadas. Logo após, o irmão, que era menor de idade, teria desferido um golpe contra o peito da vítima. A denúncia conta que enquanto os dois golpeavam a vítima, o pai dos homens teria permanecido no local para intervir caso a vítima ou algum terceiro reagisse.
Durante o processo, o irmão do réu acabou morrendo assassinado em março de 2007 e o pai de Leomar foi impronunciado pelo juízo da 2ª Vara Criminal, por não ter participado do crime.