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Gastos do TJMG com luxo já eram conhecidos pelo Jornal da Manhã

Levantamento feito nos editais de compras para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais revela mais gastos do recurso público com luxos para desembargadores e juízes

Thassiana Macedo
Publicado em 20/11/2015 às 08:34Atualizado em 16/12/2022 às 21:14
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Foto/Reprodução

Edital previa uso de tintas importadas para pintura do brasão em copos, taças de cristal e xícaras de porcelana

Levantamento feito nos editais de compras para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais revela mais gastos do recurso público com luxos para desembargadores e juízes. Depois de divulgar edital pedindo salmão e filé mignon para os lanches destes profissionais, o jornal Estadão aponta que o Tribunal destinou R$277,1 mil em 2014 para comprar 46 utensílios de cozinha e copa para o Judiciário mineiro.

Ou seja, apenas em 2014, os gastos do Tribunal com a compra de pratos de sobremesa, talheres, xícaras de porcelana, garrafas térmicas, copos e até mesmo taças chegaram a R$304,6 mil, corrigidos pela inflação, para o atendimento a oito edifícios do Judiciário mineiro, além dos sete juizados especiais, localizados em Belo Horizonte. O edital previa, inclusive, o uso de tintas importadas nas cores “verde-bandeira, preto, vermelho, azul claro, marrom, cinza, dourado e rosa bebê” para pintura do brasão em 2,2 mil copos de vidro, 350 taças de cristal, 1,8 mil xícaras de porcelana para café, com pires, e 168 xícaras de porcelana para chá, com pires.

Em 6 de dezembro do ano passado, a coluna Alternativa, do Jornal da Manhã, já havia adiantado a destinação de alguns dos gastos do órgão na capital Belo Horizonte. Conforme nota, já era de conhecimento do JM que o Tribunal de Justiça havia construído uma cozinha especial, ou seja, exclusiva, onde o brasão do TJ teria sido estampado nos talheres, agora de prata, e também nos pratos. Além disso, a coluna informou que as viagens de desembargadores e juízes ocorriam em avião oficial “emprestado” pelo governo do Estado e que eram acompanhadas por sete seguranças vestidos de terno preto.

Cálculos revelam que o valor seria maior que a soma do gasto realizado pelas duas gestões anteriores (2010-2012 e 2013-2014) com os mesmos tipos de utensílios, reajustando todos os preços pela inflação. O edital em questão foi licitado três meses após a posse da atual gestão, em junho de 2014, e quase um ano antes da licitação de 2015 que previa salmão e filé mignon. Somente com 2.220 garrafas térmicas de diferentes tipos e tamanhos, a Corte mineira gastou R$149 mil, que, corrigidos, equivaleriam hoje a R$163 mil. Em 2013, licitação para utensílios de cozinha saiu por R$134,9 mil, corrigidos.

Em nota, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais afirmou ao Estadão que está fazendo uma substituição gradativa dos produtos não descartáveis e que não podem ser comparados valores homologados de anos anteriores, em virtude das diferenças dos itens licitados e especificidades de cada edital.

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