GERAL

MP contra projeto que prorroga prazo para extinção dos lixões

O projeto dobra o prazo original estabelecido na Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos, sendo que para municípios com menos de 50 mil habitantes lança para um horizonte de 11 anos

Thassiana Macedo
Publicado em 04/07/2015 às 08:17Atualizado em 16/12/2022 às 23:26
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O MP teme que a amanutenção dos aterros acentue os danos ambientais e à saúde pública, causados pela poluição

Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente, entidade civil que congrega promotores de Justiça e procuradores da República, com atuação na defesa do meio ambiente, divulgou nota nesta sexta-feira (3) contra a aprovação do Projeto de Lei nº 425/2014 pelo Senado. O PL prorroga o prazo para que municípios implantem disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos gerados em seu território, alterando o artigo 54 da Lei nº 12.305/2010.

O projeto dobra o prazo original estabelecido na Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos, sendo que para municípios com menos de 50 mil habitantes lança para um horizonte de 11 anos a perspectiva da implantação de aterros para destinação de rejeitos. “A simples dilação de prazo, sem pressupostos concretos para que fosse concedida e condições legais para seu controle, além de desestimular gestores municipais, empresas e sociedade civil que se empenharam em cumprir a meta original do artigo 54 da lei, em agosto de 2014, traz à sociedade brasileira um sentimento coletivo de insegurança e descrença de que tão grave problema encontre a solução sustentável que se almeja”, aponta a entidade.

Segundo dados da associação, investe-se uma média de apenas 2,2% do PIB ao ano em infraestrutura e saneamento, sendo que a prorrogação do prazo favorecerá a permanência de baixos investimentos, além de acentuar os danos ambientais e à saúde pública, causados pela poluição decorrente da destinação de resíduos sólidos sem tratamento.

Promotores e procuradores do Meio Ambiente alertam que a inexistência de disposição, ou seja, a manutenção dos lixões compromete a maioria dos instrumentos da lei de política nacional de resíduos, inclusive a logística reversa e a inclusão social dos catadores. Para eles, o projeto deveria ter sido objeto de debate público com toda sociedade e, principalmente, com os agentes públicos e privados envolvidos. Neste sentido, a entidade buscará diálogo com o Congresso Nacional para que, antes das próximas votações, essa matéria seja debatida e aperfeiçoada.

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