Senado aprova reajuste para o Judiciário, mas greve é mantida

Senado aprovou a proposta que concede reajuste salarial para os servidores do Poder Judiciário da União. Pelo texto, o aumento previsto será de 56,49% a ser implantado entre julho deste ano e dezembro de 2017, em parcelas iguais. Os servidores reclamam estar há nove anos sem reposição salarial, o que levou seus vencimentos a uma defasagem de 72,69% em relação à inflação.

Segundo a representante do comando de greve em Uberaba, Liliam Lyrio Stábille, a greve dos servidores das justiças do Trabalho, Federal e Eleitoral vai continuar. “Nós só conseguimos essa aprovação no Senado, mas a presidente Dilma Rousseff tem um prazo de 15 dias para vetar ou sancionar. Não sabemos o que vai acontecer, mas o certo é que não vamos abandonar a greve até que consigamos ter o reajuste publicado, para não perdermos todo o trabalho feito até agora”, afirma.

Porém, o líder do governo no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS), já anunciou que há grandes chances de a presidente Dilma Rousseff vetar a proposta. De acordo com o parlamentar, mesmo com a aprovação do projeto no Senado, não há previsão na Lei Orçamentária de 2015 para custear o reajuste, a menos que o Congresso aprove crédito suplementar.

A contraproposta apresentada aos servidores federais foi de um aumento de 21,3% dividido em cinco anos. O governo federal alega que o impacto será de R$25 bilhões no acumulado dos quatro anos. No entanto, Liliam Lyrio afirma que essa informação não é verdadeira e que a divulgação não passa de uma manobra do governo para que os servidores percam o apoio da população. “O Supremo Tribunal Federal já apresentou a conta para discutir com o governo, mas o governo fica passando para a imprensa nacional números errados com o objetivo de colocar a opinião pública contra a categoria”, completa Liliam Lyrio.