Falta de balancetes levanta suspeita de fraude na Copervale

Justiça vai apurar possível fraude da atual gestão da Copervale Alimentos S/A. A questão vem sendo discutida nos autos da ação de recuperação judicial, em tramitação na Vara de Execuções Fiscais e Registros Públicos da comarca de Uberaba.

Em despacho, o juiz João Rodrigues Neto quer que a empresa se posicione em relação à ausência da apresentação dos balancetes mensais da empresa, que deveriam ser entregues à administradora judicial, no caso a advogada Elizete Beatriz Seixlac.

O magistrado também quer que a empresa se manifeste em relação ao pedido de destituição dos atuais gestores, feito nos autos por credores, que alegam má gestão da Copervale S/A.

A empresa também deverá se manifestar, nos autos, sobre o pedido de nomeação de novos gestores e quanto à formação de um comitê de credores. Os pedidos também foram solicitados por um grupo de credores insatisfeitos com a atual gestão.

Atualmente, a empresa tem como gestores Luiz Gualberto e Márcio Caetano, visto que nos autos não há nenhum documento que comprove que houve a transferência do controle acionário para a McGrif do Brasil, conforme anunciado em julho do ano passado, após assembleia realizada com os credores.

A ação de recuperação judicial tramita desde 2013. Na época, as dívidas da empresa giravam em torno de R$ 23 milhões. Em julho do ano passado, os acionistas da empresa anunciaram o repasse do controle acionário para a McGrif do Brasil. Esta transferência, segundo informações extraoficiais, teria envolvido recursos da ordem de R$ 43,5 milhões, levando em conta todas as dívidas da Copervale, que totalizam R$ 40 milhões – tendo em vista outros débitos adquiridos ao longo do período em que a ação de recuperação foi protocolada na Justiça, que girava em R$ 14 milhões.