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Município cria regras para novos empreendimentos

A falta de planejamento pode se aplicar ao centro, mas não ao restante da cidade...Leia Mais...

Mára Santos
Publicado em 05/03/2015 às 12:05Atualizado em 16/12/2022 às 03:36
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 Desapropriar imóveis no hipercentro de Uberaba para alargar ruas e avenidas não está nos planos da Prefeitura para desafogar o trânsito na região central da cidade. Seguindo a tendência observada em grandes metrópoles, o Poder Público pretende fortalecer o transporte coletivo para incentivar as pessoas a utilizarem menos o carro. À frente da Subsecretaria Municipal de Planejamento, a arquiteta Maria Paula Meneghello explica que estão previstas apenas alterações menores no grande centro, como a abertura de ruas alternativas para permitir que o motorista fuja da avenida Leopoldino de Oliveira, hoje uma das principais artérias do trânsito urbano. Ela ainda reforça que todos os viadutos projetados a curto e médio prazo são fora da área central, com foco no trânsito de outras regiões. “Eu não vejo que desapropriar áreas para grandes intervenções no centro seja o caminho. Isso é pensar a cidade para o carro, não para o cidadão”, avalia. Maria Paula argumenta que colocar os automóveis no cerne do projeto urbano seria uma estratégia equivocada para o crescimento sustentável de Uberaba, ainda mais porque o exemplo de outras cidades já demonstrou o fracasso desse modelo. Por isso, ao invés de abrir mais espaço para os carros particulares e saturar o sistema viário, a proposta de mobilidade está sendo construída em torno do sistema BRT/Vetor. “Em Londres se cobra pedágio urbano para ir de carro ao centro da cidade. A medida já foi estudada em São Paulo. Não precisamos chegar a esse ponto”, pondera. De acordo com a subsecretária, a meta agora é aprimorar o funcionamento do BRT e tornar o ônibus um meio de transporte atrativo para diminuir o fluxo de veículos nas ruas, especialmente no centro. Além da primeira etapa já implantada este ano, a arquiteta informa que dois novos corredores estão programados para sair do papel em 2015: o sudeste e o sudoeste. Há também a possibilidade de se criar o eixo norte-sul à medida que houver demanda dos loteamentos que surgirem na cidade. Já de olho no aumento da população e da frota nos próximos anos, Maria Paula ressalta que os novos bairros obedecem a diretrizes específicas para evitar que as dificuldades enfrentadas no centro se repitam futuramente nas novas áreas urbanas que forem surgindo com o crescimento da cidade. Segundo ela, a lei de parcelamento do solo em vigor estabelece os critérios a serem cumpridos por construtores e loteadores, assim como pelo particular, desde a largura de vias e canteiros até a implantação de avenida interbairros para permitir a ligação direta entre as regiões periféricas. “A falta de planejamento pode se aplicar ao centro, mas não ao restante da cidade”, ressalta. As recomendações técnicas que já estão em vigor para novos empreendimentos, conforme Maria Paula, preveem ruas largas, com espaço para instalação de ciclovias e também canteiros com largura para comportar implantação do BRT, no futuro, se necessário. Outra medida preventiva é a avenida empresarial, que está sendo construída em cada novo loteamento e ao final formará um minirrodoanel percorrendo os bairros. A subsecretária detalha também que há lei  específica em Uberaba determinando a reserva de áreas para instalação de postos de saúde, escolas e equipamentos comunitários para a aprovação dos novos conjuntos habitacionais. “Não estamos descobertos. Seguindo a legislação, vamos conseguir uma cidade equilibrada no futuro. O desafio é o dinheiro para financiar o desenvolvimento urbano, ou seja, para construir unidade de saúde, ampliar escola ou instalar mais um trecho do BRT. Um dos caminhos que temos buscado são contrapartidas das empresas que querem se instalar no município”, finaliza. JAIRO CHAGAS

Segundo Maria Paula, o fortalecimento do transporte coletivo é uma das alternativas do Poder Público para incentivar as pessoas a utilizarem menos o carro  

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