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Ex-secretário de Saúde sugere Medicina Integrativa

A saúde em si vai muito além e ela precisa de prevenção e promoção...Leia Mais...

Mára Santos
Publicado em 05/03/2015 às 12:07Atualizado em 16/12/2022 às 03:36
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 Otimizar o que já existe é o que defende o médico urologista e ex-secretário de Saúde de Uberaba, Luciano Luzes Borges ao ser questionado sobre o que deveria ser feito para garantir a qualidade do serviço de saúde para os uberabenses no futuro. Conforme preconiza a Organização Mundial de Saúde, ele reforça que o conceito de saúde não é mais a ausência de doença orgânica e sim um completo bem estar físico, mental e social, o que implica, além da assistência, condições de moradia, trabalho e lazer. “A saúde em si vai muito além e ela precisa de prevenção e promoção”.  Luciano Borges cita exemplos vividos por ele. Na década de 1970, ele trabalhou no município de Cubatão, cidade rica e grande polo industrial, porém vítima de poluição excessiva. Ali começaram a nascer crianças com problemas de malformações congênitas, tipo anencefalia (sem cérebro). A solução encontrada foi a recuperação do meio ambiente.  Em outro extremo, ele conta que trabalhou por 4 anos no Estado do Acre. Em alguns locais, pela dificuldade ao acesso à assistência médica, uma pequena patologia poderia se tornar uma complicação grave. “Estou citando estes exemplos para mostrar que uma população sadia não depende apenas de bom atendimento médico, mas sim de toda uma estrutura. A cidade pode adoecer um cidadão. É preciso ter qualidade de vida. Não é só doença que prejudica a saúde de uma pessoa,” observa. Luciano Luzes lembra que o ex-ministro da Saúde, Adib Jatene, costumava dizer que onde se tem boa água, meio ambiente adequado, se tem saúde. “Temos que planejar uma cidade, porque um lugar mal planejado adoece as pessoas”. Para o médico, os lugares em expansão precisam de estrutura adequada. “É preciso ter também escola, creche, lazer. O que a classe rica precisa, a mais simples também precisa. Não estou falando de luxo, mas as necessidades básicas são as mesmas”, ressalta. Ao defender o que ele considera primordial em termos de saúde para o futuro, o médico cita como exemplo um movimento que está ocorrendo nos Estados Unidos. Apesar de ter atingido nível de excelência no tratamento de doenças, o relacionamento equipe de saúde/paciente caminhou em sentido oposto, impondo um movimento de resgate. A partir daí surgiu a Medicina Integrativa. “Essa nova abordagem se fez necessária tanto para melhoria da qualidade de saúde da população como também por questões econômicas, devido ao alto custo do modelo só curativo.” A Medicina Integrativa é definida como uma abordagem orientada para um sentido mais amplo de cura, que visa tratar a pessoa em seu tod corpo, mente e espírito. Enfatiza as relações entre o paciente e o médico e combina tratamentos convencionais e terapias complementares cuja segurança e eficácia tenham sido cientificamente provadas. Por outro lado, Luzes acredita que o Sistema Único de Saúde é um programa bem elaborado.  “Se você levantar as estatísticas do SUS vai saber onde há carência de profissional, de assistência, de meio ambiente pelas doenças que estão surgindo ali. É um sistema muito bem organizado. O SUS é o público, e temos ainda o filantrópico e a rede contratada além da saúde suplementar. Até sou contra isso, acho que tudo deveria ser Sistema Único de Saúde. Isso porque se eu abrir uma clínica de estética tenho que ter alvará do SUS. Precisamos pensar num sistema único com cadastro único, prontuário único, embora o mais importante seja pensar na saúde da comunidade”, diz. O ex-secretário avalia que Uberaba tem um sistema público de saúde bom. “O que precisamos ter é um sistema com mais recursos e responsabilidades bem definidas das áreas federal, estadual e municipal, pois atualmente o município é muito responsabilizado e judicializado pelo que constitucionalmente não é de sua obrigação financeira. Sabemos que a assistência à saúde não se faz apenas com médicos. Toda a equipe multiprofissional tem sua relevância e importância. O que se faz necessário são profissionais mais satisfeitos, com plano de cargos e salários para motivar a equipe. Uberaba hoje tem uma explosão de crescimento e se tudo não for planejado corremos o risco de ter lugares sem assistência no futuro”, alerta o médico. Por fim, Luciano Luzes revela sonhar com uma medicina  casada com todas as entidades da sociedade uberabense. “No dia que tivermos uma cidade com atenção voltada para o todo, ou seja, um bairro com saneamento, escola, creche, lazer, aí sim, vamos poder dizer que o trabalho foi completo e teremos uma cidade sadia. Não podemos deixar de ressaltar que Uberaba é um polo de “medicina”, o que é importante social e economicamente para o município e esta referência tem que ser preservada”, finaliza o médico. (MS) ARQUIVO JM

Embora considere o SUS um programa bem elaborado, Luciano Luzes defende mudanças no atendimento à população  

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