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Presidente do Codau alerta que a água é bem finito

A água não é um bem comprável. Por essa razão, precisa ser tratada como patrimônio... Leia Mais...

Mára Santos
Publicado em 05/03/2015 às 12:13Atualizado em 17/12/2022 às 01:09
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 Ex-prefeito de Uberaba e atual presidente do Centro Operacional de Desenvolvimento e Saneamento de Uberaba (Codau), Luiz Guaritá Neto, acredita que é preciso rever Uberaba. Para ele, uma cidade não é grande pelo tamanho, e sim pela qualidade do serviço que ela presta à população. Luiz Neto lembra que foi prefeito de Uberaba há 20 anos e, naquela época, idealizou a Univerdecidade. “Achávamos que ela (Univerdecidade) era um projeto futurista e hoje está começando a acontecer, ou seja, o universo de 20 anos de planejamento é eficaz para todo administrador, mas ainda é pequeno como sociedade”, destaca. Para o presidente do Codau, o mais importante é saber dos uberabenses que tipo de cidade gostariam de ter daqui a 20, 50 anos ou mais. “Precisamos estar sempre preparados para Uberaba crescer nessa vertente dentro de uma ótica e sem perder a qualidade de vida dos seus habitantes. Este é um conceito fundamental”, avalia. Ao falar de saneamento básico, ele destaca o momento de crise hídrica que todo o país atravessa. Reforça que a população está começando a descobrir que a água é um bem finito. “A água não é um bem comprável. Por essa razão, precisa ser tratada como patrimônio”, alerta. Ele ressalta que em alguns lugares do mundo a água é muito cara, o que obriga as pessoas a economizá-la. Mas, no Brasil, ao contrário, a cultura do desperdício atravessou os séculos, principalmente porque a água historicamente teve um custo muito baixo, graças ao abundante manancial hídrico do país. Com a crise no abastecimento observada em quase todo o país em 2014, os brasileiros passaram a entender que é preciso economizar água. Ou pelo menos usá-la racionalmente. “Nós estamos planejando Uberaba em todas as ações de saneamento, partindo do raciocínio de que Uberaba vai crescer o dobro do que cresceu nos últimos 30 anos”, revela. Luiz Neto explica que essa perspectiva otimista de crescimento está associada à chegada do gasoduto e aos investimentos dele decorrentes. “Assim que todos esses conceitos estiverem formalizados, o processo industrial e econômico de Uberaba, sem dúvida, dará uma grande guinada. Por isso, acreditamos que o Município deverá crescer duas vezes mais do que nos últimos 30 anos. Todo planejamento que estamos fazendo leva essa expectativa em consideração”. De acordo com o presidente do Codau, Uberaba tem como sua principal fonte de abastecimento o Rio Uberaba, até hoje. Com o projeto “Mais Água” em andamento, ainda há a transposição do Rio Claro, com processo temporário de outorga de 400 litros por segundo e transposição definitiva com 800l/s, para assegurar o abastecimento à população nos próximos anos, aliada a três poços profundos, com captação no Aquífero Guarani, que contribuem com 12% da água consumida na cidade. Os dez centros de reservação têm capacidade atual de 55,6 milhões de litros. Ainda dentro do projeto “Mais Água”, já está em andamento a construção de dois novos centros de reservação, além da ampliação de outros dois CRs, aumentando em 56% a capacidade de armazenagem de água, ou seja, 80 milhões de litros. Ao apresentar esses números, Luiz Neto analisa que Uberaba cometeu um erro muito grande no passado, ao negligenciar a capacidade de reservação da água, tanto através de centros de reservação como da criação de lagos para guardar a água da chuva para uso na temporada da seca, conforme existe em outros centros, como São Paulo, com o sistema Cantareira.  “A cidade corre o risco de ter falta de água nos meses de agosto e setembro, por falta de armazenamento. Se já tivéssemos uma grande represa para armazenar a água da chuva, estaríamos tranquilos. Fora isso, temos que pensar Uberaba nesse contexto”.  Ele explica que, com as duas captações que estão sendo feitas (Uberaba e Rio Claro, em execução), mais as represas e os reservatórios, os problemas que Uberaba enfrenta hoje serão resolvidos para os próximos 20 anos. “A estação de tratamento em fase final vai dobrar a capacidade de armazenamento de água. Esse é um dos pontos. Vamos dobrar o número de adutoras existentes. Estamos aumentando em 50% a capacidade de reservação diária, com quatro novos castelos. Assim, os bairros mais altos não ficarão sem água enquanto sobra em outros. São investimentos significativos dentro do projeto Mais Água”. (MS) ARQUIVO JM

Com o projeto “Mais Água”, o presidente do Codau garante abastecimento nos próximos 30 anos  

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