GERAL

Uberabenses consomem quase 28% de água a mais que a média nacional

Em Uberaba, a seca fora de época preocupa a direção do Codau, que ainda descarta qualquer ação de racionamento neste período

Publicado em 24/01/2015 às 08:32Atualizado em 17/12/2022 às 01:44
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Fot Arquivo

Uberaba alcança os 212 litros/habitante/dia, quase 28% a mais que o brasileiro e 13% além do paulistano

A chuva que chegou na região do Triângulo, sul e oeste de Minas, além da zona da Mata nesta quinta-feira, 22, ainda não alivia a situação de crise no abastecimento de várias cidades mineiras. A Copasa admitiu que a situação em Minas Gerais é crítica, já fala em possibilidade de racionamento no estado e praticamente todos os municípios da grande BH enfrentam sérios problemas de abastecimento. Aqui na cidade, a seca fora de época preocupa a direção do Codau, que ainda descarta qualquer ação de racionamento neste período, pois o nível do rio Uberaba continua sendo suficiente para atender a demanda. Além do mais, não há outra forma de armazenar água em grande escala, a não ser na represa planejada pelo Codau, que ainda está em projeto.

Em meio a essa grave crise de água no Brasil, o Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos do país, recém-divulgado pelo Ministério das Cidades, aponta que 37% da água tratada para consumo são perdidos antes de chegar às torneiras da população. E o consumo médio de água do brasileiro é de 166 litros por habitante ao dia. A média está bem acima do padrão recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde): 110 litros por dia para cada habitante. Para a região sudeste a variação é maior: consumo de 194 L/hab/dia. E em Minas o dado é de 159,4 L/hab/dia. Em São Paulo, que enfrenta desabastecimento, a média de consumo de água por dia chegou a 188 litros.

Essas informações estão no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), que compilou os dados do ano de 2013 em todo o território nacional. O SNIS também revelou que para distribuir água a fim de garantir tal consumo, os sistemas sofrem perdas na distribuição que, na média nacional, alcançam 37%. Em Minas Gerais, a perda é de 33,5%. Em São Paulo, o número chega a 34,3%.

O presidente do Codau, Luiz Guaritá Neto, acaba de divulgar informações mais atuais de Uberaba, apuradas em relação ao banco de dados do ano de 2014 e que apontaram o índice de perdas de 29% na cidade. Ele explica que o cálculo foi feito com base na fórmula de comparação entre o volume de água disponibilizado para a distribuição e o consumo faturado. Os dados da cidade são 21% menores do que a média do Brasil. Uma das ações para que ocorresse a redução de perdas foi a operação da Estação de Tratamento de Água (ETA), que consumia em torno de 8% do universo de perda, durante o sistema de retrolavagem de filtros. Com ações voltadas para uma operação mais econômica reduziu-se em 4% esta medida de limpeza. E a tendência é diminuir ainda mais com a entrada em operação da ETA III, pois a unidade terá tratamento de lodo modernizado e possibilitará o reuso da água.

Per capita. Já em relação ao consumo per capita, Uberaba alcança os 212 litros/habitante/dia. Quase 28% a mais que o brasileiro e 13% além do que o paulistano consome no dia. Guaritá observa que a mudança de postura do uberabense em relação ao uso racional de água será fundamental para reduzir este uso exagerado. ‘Diante de tanta crise, uma seca das mais graves dos últimos 80 anos, que atingiu a região sudeste, não devemos só torcer por mais chuva, devemos mesmo mudar os hábitos de consumo’, finalizou Guaritá.

 

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