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Nossas Unimeds

A saúde é um bem essencial para a vida. A vida saudável é o maior desejo e aspiração do ser humano. A doença é inimiga da saúde, deve e tem que ser combatida

João Gilberto Rodrigues da Cunha
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:39
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A saúde é um bem essencial para a vida. A vida saudável é o maior desejo e aspiração do ser humano. A doença é inimiga da saúde, deve e tem que ser combatida e condenada. Estas frases iniciais são verdades acacianas (consultem o dicionário para este adjetivo...).

Adiantando, por aí chegamos à necessidade de meios e de pessoas que possam combater a doença inimiga e promover a saúde necessária e vital. Por aí chego ao raciocínio que o mestre Dino, graduado primário na venda-escola do Rio do Peixe, entende e aceita: médicos são estas pessoas; hospitais e terapêutica são os meios. Desde Hipocrates, os médicos têm um código profissional de honra e honestidade na profissão de tratar pacientes e doenças e isso não mudou no tempo. Já os meios, estes mudaram muito. Raízes, banhos termais e simpatias foram medicamentos históricos. Hoje nós usamos recursos extraordinários, sejam para diagnósticos sejam para os mais complexos e ousados tratamentos. Mais ainda: a medicina misteriosa e oculta foi desmistificada, qualquer jornal ou televisão mostram coisas extraordinárias, quer no diagnóstico quer no tratamento. Mais e melhor: estes recursos assim expostos vão sendo do conhecimento e alcance da humanidade toda, as pessoas vivem mais e melhor, o número de velhos aumenta cada vez mais – e indivíduos idosos podem ser perigosos, porque usam seu vasto arquivo da memória.

Pois é assim, meus amigos leitores, que chego aos tempos atuais e razões do título desta crônica. Encurtando, sendo a saúde um desejo de todos, os governantes do povo devem sentir-se obrigados a atendê-la. Da mesma forma, os médicos “hipocráticos juramentados” estão listados e obrigados ao seu atendimento. Meu espaço sendo curto e brasileiro, apresento, de início, a fantasia governamental da nossa Constituição de 88 que obriga o governo a dar assistência total e gratuita a todos os brasileiros. Parece brincadeira, mas está escrito e tem o nome SUS, talvez representando susto. Segundo, a consequência: verificada a impossibilidade do sonho constitucional, a população dividiu-se como qualquer sociedade: os que nada têm ou podem, regimento SUS. Os que são impacientes ou podem, dois grupos: os ricos, que são poucos privilegiados, buscam medicina particular, e a classe média, dos que entram no regime intermediário dos planos nacionais de saúde. Finalmente, chego ao título da crônica. Grupos de médicos nas maiores cidades decidiram unir-se e criar um seguro-saúde, uma associação prestadora de seus serviços profissionais, logo chamada Unimed. Objetivo básic reunir em sua associação o maior número possível de médicos e especialidades para uma medicina ética e social, compartilhada em pagamentos de honorários recebidos e distribuídos pela sua Unimed. Resumindo, a Unimed seria o traço de união entre médicos e população. Não volto lá atrás quando este ideal foi criado e possível. Venho ao presente, infelizmente dizendo que este sonho acabou. A Unimed atual não é parte, é dona. Define planos e preços, recebe pagamentos, entesoura e patrocina aplicações e renda financeira, tabelas de honorários médicos de difícil discussão e correção. Aquele passado histórico de sua fundação... não mais existe. Aquele espírito que colocava a figura do médico como razão de seu nascimento, seu trabalho e seu prestígio... acabou. As Unimeds, em maior ou menor grau, já não atendem nem dão ouvidos aos seus médicos. Impõem preços e condutas, são surdas às reivindicações e necessidades na atualização dos custos profissionais. Patrocinam propagandas leigas e times de futebol. Seus estatutos? Seus compromissos com a classe? Nada é lembrado ou respeitado. No mais simples e atual, a Unimed Uberaba lança um projeto de construção e competição contra o que existe, trabalho, e ela poderia ajudar. Pior e final: esquece que seu estatuto exige uma assembleia geral para discutir sua intenção. Irá convocá-la, discuti-la e votá-la? Ou permanecerá surda e muda em seu pedestal? Qual, Vam’bora pescar, Dino!

(*) médico e pecuarista

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