Quando fui convidada para escrever quinzenalmente no Jornal da Manhã, era para ser às quintas-feiras
Quando fui convidada para escrever quinzenalmente no Jornal da Manhã, era para ser às quintas-feiras. Depois decidiram que seria aos domingos. Fiquei apreensiva, pois teria como companheiro de página ninguém menos que nosso querido e brilhante Padre Prata. Grande honra para mim e responsabilidade dobrada. Com o compromisso assumido, fui em frente, e qual não foi minha alegria quando em 20 de setembro de 2015, meses depois de começar a escrever, recebi uma ligação do Padre Prata elogiando meu artigo “Saudade” e me incentivando a continuar. Trocamos figurinhas sobre o que nos dava saudade em nossa Uberaba. Fiquei realmente emocionada e agradecida e saí contando para todo mundo, pois me senti reconhecida pelo melhor de todos.
Outro dia, lendo o Dr. Ricardo Cavalcante Motta, tomei conhecimento de que também ele recebeu uma ligação elogiosa e incentivadora do Padre Prata, e que descobriu que não era o único a receber essa deferência. Quanta nobreza de espírito! Em um mundo tão afoito e competitivo, Padre Prata conservava a gentileza no trato com as pessoas através de gestos simples e marcantes. Muitas vezes, pessoas se aproximavam de mim para dizer que liam e gostavam dos meus artigos e sempre acrescentavam que não perdiam nem os meus, nem os do Padre Prata, me fazendo sentir lisonjeada de estar ao lado dele, meu companheiro de página.
Numa dessas coincidências da vida, comentava esse fato com amigas quando fiquei sabendo do seu falecimento. Sinto tanto. Ficará um vazio nos domingos dos uberabenses, pois seremos privados de uma mente lúcida, capaz de expressar opiniões sensatas e coerentes. Alguém que soube falar de sua fé sem agressividade e conseguia se posicionar de forma suave e elegante. Não teremos mais suas histórias alegres e suas lembranças gostosas. Fica a saudade e o muito que, com ele, todos nós aprendemos.