Epicondilite Lateral ou Tendinite do Cotovelo do Tenista (Tenis Elbow) é a lesão de cotovelo mais comumente diagnosticada e afeta entre 1% a 3% da população mundial.
Epicondilite Lateral ou Tendinite do Cotovelo do Tenista (Tenis Elbow) é a lesão de cotovelo mais comumente diagnosticada e afeta entre 1% a 3% da população mundial. Trata-se de uma lesão degenerativa (crônica) que ocorre principalmente em pacientes que praticam atividades que requerem muito esforço e movimentos repetitivos do punho, por isso é também conhecida como “cotovelo de tenista”. Normalmente, o braço dominante é o mais atingido, sendo que indivíduos entre 35 e 50 anos apresentam maior risco.
A causa da epicondilite lateral é desconhecida. Sabe-se que ela ocorre na origem comum aos extensores do punho e dos dedos no epicôndilo lateral por causa de uma combinação de sobrecarga mecânica e respostas anormais microvascular.
Diversos métodos tradicionais têm sido utilizados no tratamento da tendinite lateral do cotovelo, incluindo repouso, uso de anti-inflamatório, fisioterapia, terapia com ondas de choque extracorporal e injeção de toxina botulínica. A injeção de corticosteroide foi padronizada por muito tempo como um tratamento eficaz para esse tipo de lesão, no entanto, seu uso tem sido questionado, principalmente pela rápida recorrência dos sintomas e a possibilidade de sequelas. Outros tratamentos baseados na Regeneração Tecidual têm sido cada vez mais recomendados, como a injeção de Ácido Hialurônico ou de preparados à base de sangue autólogo, como os concentrados de plaquetas, mais conhecido por PRP (Plasma Rico em Plaquetas).
Leon Creaney e seus colaboradores, de renomados centros de saúde da Inglaterra, publicaram este ano um estudo comparando a aplicação de sangue total e de PRP para o tratamento de tendinopatia do cotovelo. A pesquisa, com alto grau de evidência científica, envolveu 150 pacientes, cujas lesões não haviam respondido bem a tratamentos convencionais. Após 6 meses de acompanhamento, ambos os tratamentos foram considerados eficazes para a regeneração do tendão e diminuição dos sintomas, com até 72% de sucesso.
Outro estudo de alto nível de evidência científica foi publicado em 2011 por Gosens e colaboradores, dos Hospitais St. Elizabeth e Haga, na Holanda, comparando a aplicação de PRP e de corticoide para o tratamento de epicondilite lateral. Os 100 pacientes envolvidos foram avaliados durante 2 anos. Os resultados mostraram eficácia na diminuição dos sintomas nas primeiras 12 semanas para ambos os tratamentos, sendo que esse resultado se manteve ao longo dos 2 anos de estudo nos pacientes tratados com PRP, enquanto aqueles tratados com corticoides apresentaram retorno à condição sintomática inicial.
Allan Mishra e Terry Pavelko já haviam publicado em 2006 um estudo desenvolvido no Stanford University Medical Center, na Califórnia, envolvendo 140 pacientes com epicondilite de cotovelo. Nesse estudo, 93% dos pacientes tratados com PRP apresentaram diminuição significativa da dor, tendo sido acompanhados em média por 25 meses.
Tais estudos permitem perceber o potencial curativo de tratamentos que envolvem a regeneração tecidual, com resultados benéficos duradouros, se comparados à simples redução temporária dos sintomas, como ocorre com uso de analgésicos e anti-inflamatórios.
Referências
Creaney L, Wallace A, Curtis M, et al. Br J Sports Med (2011). DOI: 10.1136/2 of 6 bjsm.2010.082503
Gosens T, Peerbooms JC, van Laar W, et al. Ongoing Positive Effect of Platelet-Rich Plasma Versus Corticosteroid Injection in Lateral Epicondylitis: A Double-Blind Randomized Controlled Trial With 2-Year Follow-Up. The American Journal of Sports Medicine (2011). DOI: 10.1177/0363546510397173.
Mishra A, Pavelko T. Treatment of Chronic Elbow Tendinosis With Buffered Platelet-Rich Plasma. The American Journal of Sports Medicine (2006). DOI: 10.1177/0363546506288850.