Longos relacionamentos têm o poder de anestesiar emoções, sentimentos e diálogos...
Longos relacionamentos têm o poder de anestesiar emoções, sentimentos e diálogos.
O “pertencimento” torna-se fatalidade. Nós nos pertencemos, nos possuímos e isso é o que importa.
Passa-se a ser como aquela tradicional e requintada poltrona que há tempos faz parte de nosso mobiliário. Ou quem sabe, aquele belo espelho veneziano!
Belos e adequados para o ambiente, porém um tanto sem brilho. Se moldaram tanto à paisagem que nem os notamos mais.
Hora de começar uma reforma geral.
Mudar a cor, o estilo é essencial.
Deixar o espelho longe dos olhos também é um recurso para se perceber o vazio. Se não me vejo refletido no espelho, torno-me mais alerta. Passo a procurar o que realmente existe ao meu redor e perigo maior, dentro de mim...
O aconchego do abrigo às vezes pode nos cegar.
O manual rígido da aliança permanente nos impõe regras para nos sentirmos protegidos e saber como agir. E assim vamos nos tornando transparentes, quase diáfanas.
Ocasionalmente urge que ambos fujam das amarras de informações adquiridas e que usem os recursos da sabedoria duramente adquirida no processo de amadurecimento e se reciclem.
Tomar responsabilidades por nossas escolhas é um processo difícil e mesmo assustador, mas útil antes que nos tornemos inúteis de tão invisíveis.
(*) Mãe de família