ARTICULISTAS

Igreja, morada de Deus

Há poucos dias, nesta coluna semanal, preocupado com desagradáveis notícias sobre exploração pecuniária de muitas pessoas em nome da religião

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 27/08/2009 às 21:17Atualizado em 20/12/2022 às 10:56
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Há poucos dias, nesta coluna semanal, preocupado com desagradáveis notícias sobre exploração pecuniária de muitas pessoas em nome da religião com promessas de prosperidade, tentei mostrar, à luz da Teologia, a figura do bispo, sucessor dos apóstolos. É ele o pastor, que tange o rebanho em nome de Cristo, apontando a direção que nos é apresentada pelo Evangelho.

Muito linda e importante esta missão de iluminar as pessoas – crianças, jovens e adultos – com a sabedoria do Evangelho para que vivam na fraternidade e na unidade da fé. De fato, o conhecimento do Evangelho e a vivência de suas normas, nos levam à comunhão entre as pessoas e com Deus. Isto faz a verdadeira Igreja de Jesus.

O Papa, na recente visita à Terra Santa, lembrava que, ao contrário do que se pode pensar, a Igreja, por sua própria natureza, é expressão de harmonia e unidade entre as pessoas e com Deus. Nas diferenças, que infelizmente existem, há lugar para o diálogo respeitoso e sincero na busca da verdade. Assim pensa aquele a quem Deus entregou as chaves do reino.

Para nós, cristãos católicos, a Igreja se fundamenta em Cristo e é por Ele sustentada. Por isto não pode ela nunca separar-se dEle. São Pedro, na sua epístola (1ª Pd 2),  nos lembra que é Ele o único fundamento da comunidade eclesial, a pedra viva, preciosa aos olhos de Deus. E São Paulo, na Epístola aos Efésios (2, 20-22), afirma que também nós somos pedras vivas, um edifício espiritual, lugar da morada de Deus. São imagens para compreendermos o que é a Igreja de Cristo e o que somos nós, cristãos, membros vivos deste corpo místico.

Ainda uma palavra sobre o que é a Igreja. Foi Jesus que a fundou sobre a rocha, única, a qual a força destruidora do mal não consegue destruir (Mt 16, 18). A Igreja é “sacramento”, isto é: sinal visível da graça santificadora de Cristo, cuja humanidade também tem o sentido de “sacramento” por excelência. É por isto que o teólogo Teixeira Penido afirma que “sendo a igreja santa por essência, as suas atividades todas transudam santidade”.

Estas considerações de ordem teológica têm a finalidade de fazer compreender melhor a essência da única Igreja que Cristo fundou e assim evitar que haja os que a abandonem por ilusórias promessas de prosperidade material. É, pois, a Igreja a morada de Deus entre os homens.

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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