Menos de 40 mil dos 100 mil contratos ofertados foram preenchidos; é a pior taxa de ocupação desde 2016
Paula Giolito / Agência O Globo
Apenas 38,7% das 100 mil vagas ofertadas pelo Ministério da Educação para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) foram preenchidas. Os dados são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e apontam a pior taxa de ocupação desde 2016, quando o programa passou a ter quantidade definida de vagas disponibilizadas.
De acordo com o FNDE, o prazo para a complementação das inscrições dos selecionados terminou no dia 10 de maio e trouxe resultado de 38.793 contratos. O governo prepara um novo edital para ofertar o restante das 100 mil vagas no segundo semestre. Em nota, o MEC informou que “já começou tratativas com os bancos oficiais para simplificar os processos do financiamento”.
A oferta de 100 mil vagas por ano na modalidade sem juros foi adotada desde 2018, quando houve reformulação do Fies pelo governo Michel Temer. No primeiro semestre do ano passado foram preenchidas 44,2% do total de vagas disponíveis. Já no primeiro semestre de 2017, a taxa de ocupação foi de 52,3% das 225,5 mil oportunidades disponibilizadas ao longo do ano. Em 2016, também nos seis meses iniciais, a proporção foi de 45,5% de preenchimento do total de 325,2 mil vagas abertas. Nesses dois anos, o número de contratos ofertados era divulgado por semestre.
O principal motivo para os números tão baixos é que o patamar de financiamento garantido pelo governo no Fies, que vai de 50% a 99%, não atende aos estudantes. “A maior parte dos alunos está reportando que consegue financiar só 50% da mensalidade, o que é insuficiente. Não é só a mensalidade, tem o material, o transporte, a alimentação. Então eles desistem, especialmente diante dessa crise econômica”, revelou o diretor-executivo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), Rodrigo Capelato, ao jornal O Globo.