ATAQUE

Putin bombardeia Ucrânia com 'chuva de mísseis' e declara 'estado de guerra'

Rússia também usou drones em bombardeios contra infraestruturas de energia que deixaram cinco mortos na Ucrânia

O Tempo
Publicado em 22/03/2024 às 09:36
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Após dois anos de invasão, a Rússia admitiu nesta sexta-feira (22) que se encontra em "estado de guerra" na Ucrânia, horas depois de utilizar dezenas de mísseis e drones em bombardeios contra infraestruturas de energia que deixaram cinco mortos.

A Rússia lançou, na madrugada de sexta-feira, quase 90 mísseis e 60 drones explosivos de fabricação iraniana contra a ex-república soviética e atingiu dezenas de instalações do sistema de energia, incluindo centrais elétricas.

Ao menos cinco pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas, segundo as autoridades ucranianas. Um balanço anterior citava duas vítimas fatais. "Estamos em estado de guerra", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em uma entrevista ao jornal pró-Kremlin Argumenty i Fakty, após insistir, nos últimos dois anos, em citar "operação especial" e rejeitar o uso do termo "guerra". Após a confirmação da eleição de Vladimir Putin, vários ataques intensos foram registrados na Ucrânia.

"Sim, isto começou como uma operação militar especial, mas assim que este grupo se formou, quando o Ocidente coletivo se tornou um participante do lado da Ucrânia, para nós isto se tornou uma guerra", acrescentou Peskov.

Moscou acusa as potências ocidentais de envolvimento direto no conflito devido ao fornecimento de armas a Kiev. Os bombardeios russos na madrugada de sexta-feira atingiram nove regiões, de Kharkiv a Zaporizhzhia, perto da linha de frente, até Lviv e Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia, a centenas de quilômetros da zona de combate.

"Foram mais de 60 Shahed e quase 90 mísseis de diversos tipos durante a noite", afirmou o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Os ataques foram direcionados contra "centrais de energia elétrica, linhas de alta tensão, uma represa hidrelétrica, residências e até um ônibus", segundo Zelensky.

O ministro da Energia, German Galushchenko, afirmou que o bombardeio noturno foi "o maior ataque contra a indústria energética ucraniana dos últimos tempos". "Dezenas de instalações elétricas foram danificadas. Cortes urgentes em sete regiões. O sistema elétrico recebe ajuda de emergência de três países", afirmou a operadora ucraniano Ukrenergo.

A situação "mais difícil" afeta as regiões de Kharkiv, no leste, Odessa, no sul, Kirovograd, no centro, e Dnipropetrosvk no centro-leste. 

Linha cortada na central de Zaporizhzhia

Uma das linhas de energia elétrica que abastecem a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, ocupada por Moscou, foi cortada por um bombardeio, anunciou Galushchenko.

"Esta situação é extremamente perigosa e ameaça provocar uma situação de emergência, pois se acontecer uma ausência de conexão desta última linha de comunicação com a rede elétrica nacional, a central nuclear de Zaporizhzhia ficará à beira de um novo 'apagão'", alertou a operadora ucraniana Energoatom.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a linha de emergência ligada à sede continua funcionando. Zelensky voltou a criticar o atraso na entrega da ajuda militar dos aliados ocidentais. Ele insiste na urgência de receber mais recursos de defesa antiaérea.

Nos Estados Unidos, um pacote de 60 bilhões de dólares está bloqueado há vários meses devido às disputas políticas entre republicanos e democratas. "Os mísseis russos não atrasam, ao contrário dos pacotes de ajuda ao nosso país. Os Shahed não são indecisos, ao contrário de alguns políticos", afirmou Zelensky de maneira irônica.

Uma morte em Belgorod

A Rússia executou um grande bombardeio na quinta-feira contra Kiev, o primeiro na capital ucraniana e suas imediações desde o início de fevereiro. A Ucrânia derrubou 30 mísseis, mas 17 pessoas foram feridas pelos destroços dos projéteis.

O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu represálias pelo aumento dos ataques ucranianos nas últimas semanas em território russo, mais de dois anos após a ordem para a invasão da ex-república soviética.

O Kremlin sempre garantiu à população russa que a guerra não afetaria nem atingiria o território do país, mas com as eleições presidenciais russas em meados de março Kiev intensificou os ataques.

Uma mulher morreu e várias pessoas ficaram feridas nesta sexta-feira em um bombardeio contra Belgorod, próxima da fronteira com a Ucrânia, informou o governador da região, Viacheslav Gladkov. O Ministério da Defesa afirmou que destruiu oito foguetes que sobrevoavam esta região, disparados a partir da Ucrânia.

Fonte: O Tempo

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