Os administradores de condomínios estão se desdobrando para conseguir manter as contas em dia. Segundo eles, enquanto o cenário político e econômico não melhorar, a tendência é que os índices continue
Diversos setores sofrem com os altos índices de inadimplência com a atual conjuntura econômica do país e nos condomínios a situação não é diferente. Os administradores de condomínios na cidade estão precisando se requebrar para conseguir manter as contas do caixa em dia. Em novembro de 2015, o JM Online já apontava alta taxa de inadimplência em alguns condomínios na cidade.
Luís Cláudio de Oliveira relatou à reportagem que a taxa de inadimplência em sua administradora de condomínios gira em torno de 30%. “Nós administramos hoje mais de 30 condomínios e percebemos que os índices aumentaram consideravelmente após o segundo semestre de 2015. Parece que a economia deu uma modificada e a situação começou a ficar ainda mais difícil, principalmente no que tange à inadimplência”, explicou.
Na avaliação de Luís Cláudio, enquanto não houver uma mudança na política e economia brasileira, os índices não devem melhorar. “Ainda permanece aquela desconfiança em relação às posições políticas, que deveriam ser realizadas no ano passado e ainda não foram realizadas. Existe uma instabilidade política que afeta diretamente na economia do país, nisso, a inadimplência vem crescendo. O diferencial que cada empresa vai fazer nesse quesito são as cobranças, para tentar reduzir esses índices”, pondera.
A representante de outra empresa administradora de condomínios Susana Maria Rodrigues da Cunha ressaltou que a inadimplência varia de prédio para prédio, e destacou, ainda, que a legislação existente não é suficiente para evitar aumento nos índices. “O Código Civil diminuiu muito no que diz respeito à multa e juros. Com isso, há uma dificuldade, porque as pessoas optam por pagar outras contas e deixam as do condomínio por último. Aqui, nós cobramos amigavelmente, caso a pessoa não pague, encaminhamos para a cobrança judicial”, afirma.
Pode melhorar. Luís Cláudio destaca a importância da legislação para diminuir os índices de condôminos inadimplentes. “Recentemente, houve uma decisão de que os condôminos que ficam muitos meses sem pagar, os chamados inadimplentes contumazes, se continuarem devendo pode ter os títulos executados diretamente. Nesse sentido, as decisões judiciais tendem a ajudar, mas é claro que a gente acredita que precisa haver um melhoramento, algumas mudanças para ajudar a manter em dia as despesas que o condomínio tem”, acredita.