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Doses de vacinas aplicadas no Brasil aumentam 30%

Campanha de imunização contra a febre amarela e ampliação de público-alvo de vacinas já ofertadas impulsionam índices

Portal Brasil
Publicado em 26/05/2018 às 07:50Atualizado em 17/12/2022 às 10:02
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Por influência de uma vizinha, a aposentada Carla Crispim, de 72 anos, participou pela primeira vez da campanha de vacinação contra a gripe em 2017. “Eu tinha certo receio de tomar a vacina porque pensava que poderia fazer mal. Depois percebi que não tem nada a ver, temos que nos proteger para não acontecer o pior”, confessou a idosa, que já garantiu a dose deste ano.

Conscientizar pessoas como Carla, que integra os grupos prioritários de vacinas como a influenza, é fundamental para garantir a imunização dos brasileiros. Além daqueles acima de 60 anos, crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas, população indígena, pessoas com doenças crônicas, população privada de liberdade e profissionais do sistema socioeducativo e prisional também devem ser amplamente vacinados.

Em 2017, o público-alvo da vacinação contra a gripe foi ampliado para professores e profissionais dos sistemas socioeducativo e prisional. Esse foi um dos motivos de o número de doses de vacinas aplicadas no Brasil ter aumentado em 30,7% no último ano. Foram 173,9 milhões de doses aplicadas em 2017, contra 132,9 milhões em 2016. Campanhas intensificadas, como a da febre amarela, também foram determinantes para a alavancada nos índices. “A própria situação de doenças no Brasil, como a incidência da febre amarela em áreas que antes não eram de recomendação, fizeram os números alavancarem”, atribui a coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Ana Gorete Maranhão.

Assim como no caso da gripe, que incluiu quase 2,4 milhões de pessoas, o ministério ampliou a oferta de vacinas como papilomavírus humano (HPV), para meninos de 12 e 13 anos, como estratégia para prevenção de câncer e de transmissão da doença. Até então, o público-alvo era formado apenas por meninas com idade entre 9 e 14 anos. Já a segunda dose da vacina de sarampo passou a ser oferecida para pessoas de até 29 anos, e a meningite C, a ser aplicada também nos adolescentes de 12 e 13 anos. “Aumentamos a complexidade do calendário de vacinação, que atende não só a criança, mas toda a família, algo semelhante ao que ocorre nos países desenvolvidos”, atesta Ana Gorete.

Monitoramento permanente

Os números de doses aplicadas no Brasil variam de acordo com o contexto endêmico. Em 2008, quando foram registradas 212,9 milhões de doses de vacinas aplicadas, houve uma campanha nacional determinante para que o Brasil recebesse da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, o título de país oficialmente livre da rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). “Foram quase 68 milhões de pessoas vacinadas, eliminando assim os casos de transmissão endêmica da doença”, explicou a coordenadora do Ministério da Saúde.

Cinco anos depois, em 2013, outro aumento foi registrado devido à ampliação de grupos de risco para as vacinas de influenza, quando foram aplicadas 196,5 milhões de doses de vacinas no total. Em 2018, a campanha de vacinação contra a gripe mobilizou, até o momento, mais de 13,6 milhões de pessoas, o que representa quase 30% da cobertura. O objetivo do Ministério da Saúde é atingir 56 milhões.

Cobertura Vacinal

Mesmo com o número maior de doses aplicadas, isso não significa que a cobertura vacinal está dentro do esperado pelo Ministério da Saúde. O Calendário Nacional de Vacinação conta com 16 tipos de vacinas para mais de 20 doenças, de acordo com cada faixa etária. “Muitas vezes, como a população não vê a doença, tem a despreocupação de completar os esquemas vacinais”, alerta Ana Gorete. “Vacina não é coisa de criança, mas sim uma estratégia fundamental para garantir a saúde da população, daí a importância dos adultos se conscientizarem”, orienta a coordenadora. Em todo o País, há mais de 36 mil postos de vacinação.

Programa

Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunizações tem como objetivo organizar a política nacional de vacinação, contribuindo para o controle, a eliminação e/ou erradicação de doenças imunopreveníveis. A coordenação é do Ministério da Saúde, em parceria com secretarias estaduais e municipais. Reconhecido internacionalmente como um dos mais avançados do mundo, o programa já teve como consequência a erradicação da poliomielite e a eliminação da circulação do vírus da rubéola no País. Atualmente, a perspectiva da iniciativa é consolidar-se como uma política pública efetiva na melhoria da expectativa de vida da população brasileira.

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