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Fora, Temer

O grito de Fora, Temer não é para valer de imediato. Seja o presidente bom ou ruim...

Mário Salvador
mariosalvador@terra.com.br
Publicado em 15/08/2017 às 20:31Atualizado em 16/12/2022 às 11:13
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O grito de “Fora, Temer” não é para valer de imediato. Seja o presidente bom ou ruim, no momento ele pode representar um mal necessário, desde que faça sua equipe trabalhar pensando no bem do país. Já que o final do mandato está logo ali, pode ser que valha a velha ideia: “Ruim com ele, pior sem ele”. Mas só o futuro dirá se essa alternativa terá sido a melhor.

Fica muito fácil resolver problemas financeiros do Brasil simplesmente aumentando impostos e sacrificando trabalhadores que talvez nunca se aposentem diante de tantas barreiras propostas pela reforma previdenciária. O mínimo que se espera da equipe econômica é que ela reduza gastos cortando de vez todo tipo de mordomia de todas as esferas federais. Uma Lava-Jato governamental descobriria manobras marginais e puniria os meliantes.

O presidente Temer conseguiu os votos necessários para engavetar um processo contra ele. Digamos que ele pareceu honesto, porque soube mudar os votos de muitos parlamentares oferecendo-lhes recursos para serem aplicados em suas bases eleitorais, sob o nome de emendas parlamentares, apesar de muitos afirmarem que ele comprou os votos dos parlamentares. E como é mais lógico pensarmos que os parlamentares não se emendam, é certo que mais emendas parlamentares serão liberadas. Ou, quem sabe, parlamentares consigam alguns empregos para seus protegidos.

Então, quando acontecerá o “Fora, Temer”? Vamos explicar. Na teoria, um sindicato deveria visar à proteção de interesses de trabalhadores assalariados e reconhecer o papel ativo deles na sociedade. Mas, no Brasil, campeão mundial de sindicatos, abrir um deles é um grande negócio. Essa verdade está na mídia. Sindicatos brasileiros ferem a liberdade e autonomia do trabalhador com o imposto sindical obrigatório; e, por iniciativa do ex-sindicalista Lula, não prestam contas ao Estado ou ao Governo. Transparência zero.

A reforma trabalhista extinguiu o imposto sindical, que determinava o desconto de um dia do salário de cada trabalhador brasileiro, sindicalizado ou não, querendo ou não. Esse imposto rendia mais de três bilhões de reais por ano aos 16 mil sindicatos que existem no Brasil. O despropósito desse número é flagrante, considerando que o número deles não chega a 200 nem nos Estados Unidos nem na África do Sul. Conforme a mídia, pelegos sindicalistas pressionam o presidente Temer para que volte a valer a contribuição sindical.

Fica assim explicada a possibilidade do “Fora, Temer”. Se Temer ceder e ressuscitar o imposto sindical (essa garfada no trabalhador disfarçada sob o nome de contribuição sindical), o povo voltará às ruas gritando “Fora, Temer”.

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