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Falando de trabalho - V

E o trabalho da mulher? Como surge a mão de obra feminina e a sua exploração? Com o início do regime capitalista, na primeira metade do século XIX, começaram a surgir os sem-trabalho

Sandra de Souza Batista Abud
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 12:11
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E o trabalho da mulher? Como surge a mão de obra feminina e a sua exploração? Com o início do regime capitalista, na primeira metade do século XIX, começaram a surgir os sem-trabalho, em geral adultos e do sexo masculino. Passa a acontecer o desemprego do homem, maior de idade, pela razão de que os empregadores preferiam substituir a mão de obra masculina pela feminina ou pela infantil, mais dócil e mais barata. As mulheres aceitavam menores salários, sujeitando-se a condições exaustivas de trabalho, perigosas às vezes, penosas, insalubres, a qualquer hora do dia ou da noite, e sem garantia de estabilidade.

O trabalho do menor tem a mesma exploração? Os menores, durante muito tempo, foram vítimas da exploração do trabalho industrial e comercial, pelas mesmas razões expostas quanto ao trabalho da mulher: menor salário, maior docilidade, grande facilidade de aprendizado no manejo dos primeiros instrumentos mecânicos da era industrial.

Finalmente, pode-se falar numa divisão internacional do trabalho. Trata-se de um processo de especialização de economias nacionais em determinado(s) produto(s) ou setor de produção, no quadro de uma economia cada vez mais capitalista. É o sinal mais visível da relação de dependência entre os países de economia “central” e os países “periféricos”. Os países de economia central são as formações sociais capitalistas mais avançadas, como os EUA, e os países da Europa Ocidental. Os países de economia periférica são as formações sociais dominadas, comumente ditos subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, como, por exemplo, os países da América Latina, em geral.

A divisão internacional do trabalho faz com que os países periféricos sejam obrigados a se especializar em exportar produtos primários (agrícolas ou extrativos) e a importar, numa primeira fase, produtos manufaturados e, posteriormente, tecnologia e bens de capital em geral (máquinas, instalações, equipamentos etc.).

A divisão internacional não é decisão racional tomada pelas economias centrais, mas decorrência da lógica do desenvolvimento do modo de produção capitalista. Este se internacionaliza crescentemente em sua fase monopolista. Grandes conglomerados multinacionais (empresas gigantescas, caracterizadas por grande avanço tecnológico) podem ocupar-se dos mais diferentes ramos da produção social e absorver a maior parte do mercado mundial, liquidando com as possibilidades de uma industrialização autônoma nas sociedades periféricas.

O trabalho, por sua vez, transformou-se juntamente com os meios de trabalho.

O trabalho, atualmente, tem, portanto, uma estrutura extremamente complexa e seu estudo pode ser abordado sob vários aspectos: o da divisão do trabalho; o da organização do trabalho propriamente dita (o trabalhador na sua atividade humana de transformação da natureza). Várias disciplinas científicas podem tomar esses aspectos sob sua óptica: a Economia, a Sociologia, a História etc.      

Hoje, como é considerado o trabalho para o homem, para a mulher, para as crianças e adolescentes?

Hoje, que espaço o trabalho ocupa na sua vida?        

O trabalho é válido para você?

O seu trabalho é apenas uma necessidade?

O seu trabalho contribui para a sua realização pessoal?

O seu trabalho é uma contribuição para a sociedade?

O seu trabalho é uma contribuição para a produção social?

O seu trabalho agride a natureza?

(*) Psicóloga clínica

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