O trabalho tem a sua história. O trabalho tem as suas teorias, os seus teóricos. Uma das principais figuras da organização científica do trabalho é Frederick
O trabalho tem a sua história.
O trabalho tem as suas teorias, os seus teóricos.
Uma das principais figuras da organização científica do trabalho é Frederick W. Taylor (1856-1915). O taylorismo, conjunto de normas e técnicas aplicadas ao desempenho de tarefas na indústria, tem como regra básica obter o máximo de produção em dada unidade de tempo, com o mínimo de gastos necessários. Com isso são alcançadas: especialização maior nas tarefas; cada operário realizando apenas um número limitado de gestos; precisão do tempo de trabalho necessário para a produção de uma mercadoria qualquer; produção maior de bens. Além disso, a cooperação no processo de trabalho torna-se cada vez mais complexa, conduzindo a uma socialização crescente do trabalho.
Henry Fayol (1841-1925) levou adiante os princípios técnicos de Taylor, desenvolvendo-os e aplicando-os à administração das empresas. Contudo, tanto Taylor como Fayol se interessaram mais pelos aspectos técnicos de rendimento da força de trabalho. Foi preciso que Henry Ford (1863-1947) anunciasse que se deveria conceder na produção, o mesmo interesse ao “fator humano” que se dera até então ao “fator máquina”, para que surgisse a “revolução das relações humanas” na indústria.
Ford alcança dois resultados fundamentais: a alta produtividade gera a produção em grande série, destinada ao consumo de massa e, consequentemente, os lucros provêm de “grandes vendas com grandes lucros”. Mas o pioneirismo de Ford reside principalmente na demonstração de que a alta produtividade e os grandes lucros não dependem de baixos preços de custos baseados em salários baixos.
As teorias econômicas clássicas procuram situar o papel do trabalho na produção social e sua relação com a riqueza. As principais teorias sobre o trabalho, produção e riqueza são de Adam Smith, David Ricardo e Karl Marx.
Adam Smith (1723-1790) é o fundador da escola liberal clássica. Defende a tese de que o trabalho é a verdadeira e única fonte da riqueza das nações, pois os produtos, industriais ou agrícolas, são obtidos pelo esforço humano, que se torna sempre mais eficiente pela especialização. A divisão do trabalho cria independência geral entre os membros da sociedade. A nação aparece como número infinito de células trocando produtos. A divisão do trabalho, o mercado, as instituições monetárias, etc. se estabelecem espontaneamente, baseados no esforço natural, feito constantemente pelo homem para melhorar sua condição. Agindo de acordo com os interesses, o homem é conduzido, por “mão invisível”, ao desenvolvimento do bem comum.
David Ricardo (1772-1823) teve como objetivo descobrir as leis que determinam a repartição do produto social em rendas, lucros e salários. Chega à conclusão de que a base de todo o valor econômico é o trabalho-valor. O valor de troca de uma mercadoria é calculado pela quantidade de trabalho empregado na fabricação do produto. As máquinas têm como objetivo diminuir o valor de troca do produto. Normalmente, se o trabalho é o critério de valor da mercadoria, quanto mais trabalho humano fosse utilizado, mais valeria um produto e mais lucro se poderia auferir. Diminuindo-se o trabalho, diminui o valor de troca da mercadoria. Nesse caso, quanto mais tecnologia utilizasse o capitalismo, menos lucro obteria. Ricardo conclui que tal não se verifica porque as máquinas também são trabalho humano acumulado.
Para Marx, o trabalho não é a única fonte de riqueza. A natureza também é fonte de valores de uso. Além disso, na sociedade capitalista, não é o trabalho humano em si que interessa ao capitalista, mas a mercadoria, não por seu valor de uso, mas por seu valor de troca. Se o capital conseguir produzir, em certo período de tempo, com duas máquinas, o equivalente em produtos ao que cinquenta operários conseguiriam, a escolha é referente às duas máquinas.
(*) psicóloga clínica