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Estamos esperando o quê?

Pode até ser verdade que os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus, mas pelo menos uma característica temos em comum: a Indecisão

François Ramos
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 13:07
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Pode até ser verdade que os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus, mas pelo menos uma característica temos em comum: a Indecisão. Isso mesmo, estamos sempre nos deixando levar por esse sentimento estranho que agride a nossa intimidade toda vez que temos plena certeza de querer algo.

A indecisão invade a alma humana se travestindo de consciência, razão. Insiste em dizer que na realidade não deveríamos querer aquilo que nossos corações apontam, mas sim outra coisa, de preferência que não implique em risco algum.

Na realidade, o maior risco que enfrentamos é justamente o de nos deixar submeter à vontade da indecisão. Quando isso acontece, acabamos, homens e mulheres, vendo a vida passar como meros expectadores. Não participamos ativamente da construção de nossa felicidade. Cruzamos os braços e preferimos acreditar que tudo vai acontecer de acordo com os destinos traçados por Deus.

Que coisa chata, não é mesmo? Por menor que seja o risco de nos machucarmos no percurso que leva até a realização de nossos sonhos, nos deixamos consumir por essa indecisão paranóica que nos impede de ir adiante. Ela nos convence de que aquilo que desejamos na verdade não era o melhor para nós. Então, nos acomodamos e mais uma vez deixamos a oportunidade seguir sozinha adiante.

Quantas vezes temos a chance de ir até alguém e nos apresentarmos e desistimos antes mesmo do primeiro passo. Nada demais se aproximar, olhar nos olhos e apertar as mãos. Algo muito fácil de fazer, mas a indecisão nos interrompe, faz vacilar e envenena nossos corações, dizendo que o risco de se machucar depois é um risco que não vale a pena correr.

Indecisão, para homens e mulheres, tem a mesma consequência: afasta de sonhos, paixões e grandes realizações. Deixa-nos à margem de uma vida que deveríamos participar ativamente para construir. Decepções e fracassos fazem parte do nosso aprendizado. O destino está diretamente relacionado com as nossas escolhas, com aquilo que nós optamos semear.

Imagine uma invasão repentina que acontece geralmente quando é tarde demais para reagir: “Eu tive a chance, era só agarrar e deixei passar”. É um vazio que toma conta de nós e dá a certeza de que outra chance simplesmente pode não aparecer.

Se é assim, homens e mulheres não devem se deixar esquartejar pelo medo de decidir. Indecisão sempre implica em perda. Não se deve encarar cada passo de nossa existência como a possibilidade de um tropeço, mas sim agarrar a oportunidade de desvendar nossa alma e nos conhecermos verdadeiramente. O medo é pressuposto base para a existência da coragem.

A cada ano que passa nos aproximamos do ponto final em uma vida que nos foi oportunizada por Deus. Assim, melhor não decepcionar nosso Pai. Vamos parar de deixar passar tudo aquilo que queremos fazer pelo simples medo do risco de nos machucarmos. Se temos uma oportunidade e queremos torná-la real, é melhor fazer tudo para que ela aconteça e derrame em nossos corações o doce sabor de enfrentar nossos medos e procurarmos sempre a felicidade.

(*) jornalista e advogado

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