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Errar, por que não?

A vida nos impõe certas situações no cotidiano, sejam na criação dos filhos, no trabalho

Fernando Hueb de Menezes
Publicado em 27/08/2015 às 18:52Atualizado em 16/12/2022 às 22:36
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A vida nos impõe certas situações no cotidiano, sejam na criação dos filhos, no trabalho ou numa simples rota de viagem. Na maioria delas, precisamos tomar decisões e escolher um caminho. Nem sempre escolhemos a opção mais adequada, o que consideramos um erro. Mas errar é de fato um problema?

Logicamente existem vários níveis de equívocos, que devem ser analisados caso a caso, considerando principalmente a amplitude de pessoas afetadas bem como a profundidade e gravidade do ato. Entretanto, estamos tratando aqui de erros corriqueiros e normalmente reversíveis.

O que muito se vê são pessoas querendo acobertar seus desacertos, criticando e procurando defeitos nos outros. É muito mais cômodo enxergar os desajustes no vizinho e depreciar a conduta dos amigos do que absorver as próprias imperfeições. “Por que vês o cisco no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que tens no teu? Ou como poderás dizer a teu irmã Deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tens a trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás claramente para tirar o cisco do olho do teu irmão”, ponderou o apóstolo Mateus, em passagem bíblica.

A maior dificuldade em reconhecer uma falha poderia ser a sensação de fraqueza ao gesto de se voltar atrás em uma decisão tomada. Mas talvez aí esteja a maior grandeza e demonstração de sabedoria do indivíduo. Nesse sentido, escritor Augusto Cury nos esclarece: “Sábio é o ser humano, que tem coragem de ir diante do espelho da sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais belas sementes no terreno de sua inteligência”.

Atrevo-me a dizer que os erros são parte do aprendizado e da evolução espiritual, desde que tenhamos consciência e humildade para reconhecê-los. Errar é inerente a qualquer ser humano ativo, que busca realizar alguma coisa. Como bem disse o filósofo chinês Confúci “A única maneira de não cometer erros é fazendo nada. Este, no entanto, é certamente um dos maiores erros que se poderia cometer em toda uma existência”.

Já deslizamos muito em nossa vida e não tenho dúvida de que muitos erros ainda estão por vir. Ninguém está imune. Estejamos preparados para suportar as consequências, discernir nossas condutas e exercitar a modéstia, para que os possíveis desgastes sejam suplantados pelos ensinamentos e aprendizados extraídos de todo o contexto. Façamos de nossos lapsos instrumento para a construção de bons projetos de vida!

(*) Professor e pesquisador da Universidade de Uberaba; chefe de Gabinete da Prefeitura de Uberaba

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