Há tempos passei procurando aquilo que eu perdi. Aquilo que talvez foi roubado de mim. Ela vinha e eu tinha certeza de que tudo daria certo. Porém os dias nublados vinham, e a tiravam de mim.
Eu estava com ela nos pequenos e nos grandes momentos. Ela estava presente quando eu estava prestes a realizar um grande sonho. Mas foi nos pequenos momentos que sentia que ela realmente fazia parte de mim. Ela estava presente quando eu passava horas a olhar as estrelas de uma noite linda e fria. Ela estava presente, me vendo com lágrimas nos olhos, no fim de uma leitura ou de um filme emocionante. Ela estava presente em um abraço apertado de alguém que esteve tanto tempo longe.
Porém, por muito tempo, passei a ter medo de olhar pela janela e ver que as nuvens cobriam o céu. Porque eu sabia que logo teria a tempestade e ela fugiria pelas minhas mãos, sem que eu pudesse pedir que ficasse. Eu precisava dela para enfrentar a escuridão de um novo caminho a ser percorrido.
Quando finalmente tudo se acalmava, o sol aparecia por fim no céu, e já era possível ouvir o suave canto dos pássaros, ela voltava. Ela voltava como se nunca tivesse ido embora. Eu, claro, a aceitava de braços abertos, pois ela era a razão de querer viver.
Esta não é uma história de amor, entre dois amantes. Esta é a história de todos nós. Nós e a felicidade. Nos momentos bons, a felicidade está presente. Quando tudo parece ruim; que enfrentamos problemas, ela parece nos abandonar. Dando espaço, assim, a sua rival, a tristeza.
São nos momentos ruins que nos esquecemos de agradecer por tudo que temos, e de valorizar aqueles que sempre estão a nossa volta nos apoiando. Esquecemos de que nenhum desafio é maior, que não possamos superá-los. Fazemos cobranças, brigamos, magoamos e chamamos a tristeza para mais perto de nós. Somos nós que nos esquecemos da felicidade. Somos nós que esquecemos que há milhões de motivos para acordar sorrindo, pelo simples fato de estarmos vivos.
A felicidade nunca nos abandonou, ela está dentro de nós, só esperando para serem lançadas em nossa própria jornada, que chamamos de vida.
(*) Estudante
