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Diga-me com quem tu andas...

Definitivamente nossos avós estavam certos! No mínimo, pouco se equivocaram

Marcos Vinícius Zani
Publicado em 03/10/2010 às 14:28Atualizado em 20/12/2022 às 04:00
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Definitivamente nossos avós estavam certos! No mínimo, pouco se equivocaram quando disseram a frase acima, completando-a: “...que direis quem tu és!”. Se por um lado esse ditado popular provoca julgamentos supostamente preconceituosos, insinuando que determinadas pessoas não são uma boa companhia, por outro, leva-nos próximo à verdade sobre o quanto os diversos relacionamentos interpessoais nos influenciam em comportamentos.

Acho que era uma noite de sábado e lá estava eu no simpático bar do Zé. Apesar de frequentar pouco, é um lugar especial por se tratar de parada obrigatória para quem procura diamantes da nossa cultura. Esses locais são bons para você conhecer um pouco do Brasil, já que o mesmo é formado por pessoas simples que buscam no boteco ou mercearia mais do que uma pinga, procuram lá um ambiente para formação de opinião e até entretenimento. Então, para quem não é, por hábito, do meio, a única opção é beber um pouco e escutar as pérolas dos clientes e entender como eles formam suas crenças.

Foi quando um deles, depois de umas sete cervejas, disse ao companheiro como era o relacionamento com sua filha. Esperando presenciar um testemunho emocionante, prestei mais atenção e ouvi: “Falei pra ela que não tem problema namorar, mas o facão ’tá escondido em cima do guarda-roupa. Ela entendeu o recado!”. Tentei decifrar o código, mas confesso que não consegui. Foi quando o colega dele, depois de virar a oitava garrafa e fazer minutos preciosos de reflexão, respondeu: “Sabe que você ’tá certo! Com filha tem que apertar a rédia e mostrar quem manda na casa. Se ela avançar o sinal, você mostra o brilho do facão!”. Eternizaram o momento surtado com um brinde e muitas gargalhadas. Mesmo sem lembrar do rosto deles, pude relembrar o quanto as companhias se alimentam de sabedorias ou graves equívocos. Nem precisa desenhar o tamanho do absurdo desse diálogo que poderia construir e não destruir conceitos, como foi o caso. Obviamente, nos bares da vida, encontramos outras declarações saudáveis e todas nos ensinam, ao menos, o suficiente para escrever um pequeno artigo.

Enfim, talvez ainda não somos capazes de perceber o quanto somos cercados de frases úteis ou deformadas, em meio a tanta pressão e correria diária.

Doar-se mais e melhor a uma rede de contatos sem contraindicação só colabora para que tenhamos uma identidade rica de informações, decisões e atitudes nobres.

(*) publicitário, professor universitário, palestrante e consultor empresarial em Comunicação e Marketing

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