Pelo caminhar da carruagem, no dizer do ditado popular, não está fácil acreditar
Pelo “caminhar da carruagem”, no dizer do ditado popular, não está fácil acreditar na identidade das pessoas. Estamos assistindo a um cenário desolador. A corrupção está por todo lado, fazendo do Brasil um país marcado por uma cultura em plena decadência moral e ética. É pena que isto esteja acontecendo, porque a autoestima do povo também vai minando e perdendo de vista a esperança.
Há uma pertinente rejeição da Palavra de Deus como perfil de conduta ética. O próprio Deus da vida vai sendo deixado de lado. As referências de fé estão sendo abandonadas com muita facilidade. As consequências disso não têm sido boas, causando desânimos e dificuldades na condução dos compromissos de vida. Todos os brasileiros sofrem e têm que enfrentar os desafios cotidianos.
A presença de Jesus Cristo na vida dos judeus causou admiração e recusa. Isso revela a divisão que, em todos os tempos, existe na sociedade, formando duas correntes de pensamento na vida da comunidade. A daqueles que agem para construir o bem e a dos que maquinam atitudes destruidoras e más para a população. Parece que a dimensão do mal tem crescido de forma assustadora.
Deus dá às pessoas a sabedoria e o poder para construir a cultura do amor e uma sociedade saudável. As hostilidades do coração humano são sinais de incredulidade no poder do Senhor, é a falta de fé que impede a pessoa de construir o Reino de Deus. Diante disso, sentimos o domínio do antirreino, da destruição das realidades naturais.
Não podemos ser uma “nação rebelde”, anticristã e em confronto com uma história, que teve suas origens na colonização. A marca da profissão de fé esteve sempre presente, amaciando os corações endurecidos, obstinados e irreverentes. Não temos desculpas para fazer o erro.
Os desvios de conduta de muitas pessoas causam angústias, sofrimentos, principalmente quando ofendem a dignidade da vida. Não podemos também ser mensageiros do mal e nem comodistas diante dos desvalores que ameaçam a sociedade e deixa muita gente infeliz e sem perspectiva de condições melhores.
(*) Arcebispo de Uberaba