Costumo dizer que tudo na vida são consequências. Quando em tempos idos
Costumo dizer que tudo na vida são consequências. Quando em tempos idos, as pessoas consultavam oráculos para saber do seu futuro. Descobriu-se que no mais importante deles, o Oráculo de Delfos, a inscrição que revelava o grande segredo era: “Ó homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás os deuses e o universo”. Essa máxima simples revela-nos o futuro ao nos dar a dimensão de como será nossas vidas. O autoconhecimento nos permite prever, sem bola de cristal, como reagiremos às diversas e inevitáveis situações a que seremos submetidos ao longo da vida, baseado em como vivemos e fazemos hoje. Conhece-te a ti mesmo e permita-se entender o mecanismo da vida. Se você é uma pessoa flexível, calma, boa, terá melhores chances do que aquelas que são rígidas, fechadas, egoístas e arrogantes. Consequências estão por toda parte. Todavia, quando vivemos essas consequências, acabamos nos esquecendo propositadamente, ou não, das causas que nos conduziram a elas e as encaramos como fatos independentes, brotados do nada.
Pensaram os brasileiros que os gastos elevadíssimos realizados para lustrar a vaidade de um ex-presidente que, a despeito de tudo, teimou em trazer a Copa do Mundo para o Brasil, não gerariam consequências desastrosas? Será que ninguém conseguiu prever o futuro ao entregar o país a pessoas sem preparo, inconsequentes, ávidas de Poder e cheias de falácias e ideologias? Quando se abriu crédito para a compra de carros por todos, sem se preocupar com o planejamento do trânsito, com a conservação das estradas e com o endividamento do cidadão, será que já não estava claro o caos que se avizinhava? Mas o importante sempre foi o efeito eleitoreiro imediato, como se as ações não cobrassem seu preço. Agora, ah agora, estamos nas consequências. Um país quebrado, corrupto, sem credibilidade. Para socorrê-lo das barbaridades governamentais, apela-se para cortes de benefícios e aumento de impostos, pagos pelo povo, objeto e sujeito desta sina.
Voltemos um pouco mais. Um exercício de memória e logo chegaremos à causa das causas, o voto. Quando conseguirmos associar o peso de um clique na urna eletrônica ao valor que pagamos para viver, começaremos a mudar. Quando responsabilizarmos nossos atos de hoje, ao que colheremos amanhã, teremos com certeza melhor sorte. É tempo, pois, de mudança e reflexão. Tudo que fazemos ou deixamos de fazer tem consequências. O nosso imobilismo de hoje será cobrado com juros e correção amanhã. Exemplos não faltam.