REGINALDO LEITE

# 3 – GP da Australia – Festa rossa

Reginaldo Baleia Leite
Reginaldo Leite
Publicado em 29/03/2024 às 19:28
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A festa dos mecânicos da equipe italiana é um show à parte na F1 (Foto/Reprodução)

A festa dos mecânicos da equipe italiana é um show à parte na F1 (Foto/Reprodução)

Nem mesmo o mais fervoroso torcedor da Ferrari sonhava com uma dobradinha de sua equipe na terceira etapa do mundial de F1. Ainda mais com Carlos Sainz Jr. vencendo de forma dominante. Sainz Jr. era dúvida para esta etapa já que vinha de recuperação de uma cirurgia de apêndice, há apenas duas semanas. Foi avaliado pelos médicos da organização antes dos treinos de sexta e após estes também. Carlos declarou que não estava cem porcento, mas que faria de tudo para correr no domingo. 

Preparação. O piloto revelou que ele e sua equipe de apoio montaram um plano para que a recuperação fosse rápida, com uso diário de câmera hiperbárica e outros procedimentos da medicina moderna. Disse que os primeiros sete dias não foram animadores. Quando embarcou para Austrália não tinha certeza de sua participação. Porém, quando chegou no destino percebeu que suas condições eram bem melhores. E foi melhorando dia a dia na terra do canguru. 

Na sexta-feira viu seu companheiro de equipe liderar dois treinos e o TL3 também, porém, neste último, a diferença dele foi mínima, apesar de ser o terceiro. Já na classificação vimos Carlos dominar os dois primeiros seguimentos. E no Q3 viu Max ser o melhor apesar, de não ter conseguido bons resultados em nenhum dos treinos livres. 

De novo. Após a classificação, ficou aquela impressão de que quando Verstappen acelera fundo não tem quem pode com ele, mesmo com seu carro instável. A impressão era que o holandês dominaria o final de semana outra vez. Mas a realidade no domingo foi outra. Sainz Jr conseguiu novamente quebrar uma sequência de vitórias do holandês. Ano passado, em Singapura e agora, na Austrália. 

     Surpresa. Após duas voltas vimos o espanhol superar Max que, na sequência, foi ao rádio dizer que havia errado uma frenagem.  Ao mesmo tempo, apareceu uma fumaça na traseira do carro número um. Logo o piloto tira seu carro do traçado, dando passagem aos demais. No caminho de seu box, o pneu traseiro direito explode e o abandono é confirmado. Enfim, um domingo sem o hino holandês, para alegria de muitos que já enjoaram da música mais popular das comemorações após corridas de 2022 para cá. 

Igualzinho. Sainz Jr., após assumir a liderança, adotando a tática vespariana, abriu uma boa diferença para os demais volta a volta. A Ferrari 55 estava travestida de RB20 número 1 sem dar qualquer esperança para quem vinha atrás. O espanhol, mesmo sem estar bem fisicamente, conseguiu segurar na ponta até a bandeirada final, apesar de Leclerc tirar mais de seis segundos da diferença no terço final da etapa. 

O monegasco ganhou o ponto da melhor volta nessa tentativa de chegar no companheiro e se defender de Norris, que vinha se esforçando para tomar o segundo posto do monegasco. Leclerc, ao final, controlou o avanço do carro papaya . Sainz Jr., Leclerc e Norris formaram o pódio surpreendente da etapa australiana. 

Notas. A última vez que Max abandonou uma etapa foi na mesma pista australiana em 2022, por vazamento de óleo. Coincidentemente, nas três vitorias de Sainz Jr. na categoria, Jorge Russell bateu em todas elas; Silverstone 2022, Singapura 2023 e agora em Melbourne. Um abandono de Lewis e Max na mesma etapa não acontecia desde o GP de Monza de 2021. 

Sorte. Fernando Alonso finalizou a etapa na sexta posição, após ter largado do décimo posto. Alonso foi o único entre os Top 10 a largar com pneus duros e a sorte sorriu para ele quando o Safety  foi acionado, aproveitando a ocasião para fazer sua troca na volta dezessete. Hulkenberg estava na mesma tática. Ambos avançaram muitas posições.  

Sem perdão. Horas depois do enceramento da etapa saiu um comunicado com uma penalização de vinte segundos para o piloto hispânico. Motivo breck-test em Russell nos finalmentes da etapa. O inglês perdeu o controle e bateu na proteção, sendo lançado de volta à pista, parando no traçado dos carros, num setor rápido, o que provocou o acionamento do Safety virtual. A penalização fez o piloto cair do sexto para o oitavo posto. No passado, esse tipo de manobra era usual para alguns pilotos. Inclusive, um tricampeão de F1 brasileiro era usuário contumaz em suas defesas de posição. 

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